Publicado 14/12/2020 13:57 | Atualizado 14/12/2020 16:04
Rio - Cerca de 60 pessoas se despediram de Edson Arguinez Júnior no início da tarde desta segunda-feira no Cemitério da Solidão em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Indignado, o pai de Dinho, como era chamado pelos amigos, foi amparado por amigos e parentes.
"Desilusão, inferno feito. Me tiraram tudo que eu tinha. Meu filho está morto", desabafou Edson durante o velório.
Amigos vestem uma camiseta com a inscrição "Eterno Dinho. Adeus amigos, para sempre vou lembrar de tudo que vivemos".
A mãe de Edson, Renata Santos de Oliveira, de 40 anos cobrou Justiça e a exclusão dos militares da corporação. " Estou vivendo o que não desejo a ninguém. Estou enterrando meu filho", declarou.
Renata afirmou que Dinho, o mais velho de seus 4 filhos, não tinha antecedentes criminais e era estudante do ensino médio. "Tiraram um pedaço de mim. Um menino bom, neste crime covarde", disse a cuidadora de idosos, que cobra que o caso não caia no esquecimento.
Amigo de Edson, Jordan Luiz Natividade, será enterrados às 14h30. Os dois foram encontrados mortos na tarde do último sábado, por familiares. Os suspeitos das mortes são dois policiais militares que estão presos preventivamente.
Edson e Jordan foram assassinados na madrugada de sábado. Os dois aparecem em um vídeo divulgado nas redes sociais sendo brutalmente abordados por dois policiais militares. Os amigos estavam em uma motocicleta e sem capacete. Na abordagem, um policial atira na direção dos rapazes.
Nas imagens, os rapazes caem no chão e são agredidos pelos policiais. Eles são algemados e colocados dentro da viatura. Um dos PMs sai do local com a moto usada pela dupla.
De acordo com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, o cabo Júlio Cesar Ferreira dos Santos e o soldado Jorge Luiz Custódio da Costa foram presos em flagrante após determinação do juiz Rafael de Almeida Rezende. Eles tiveram as armas apreendidas.
Na audiência de custódia o juiz disse haver “fortes indícios” de que os suspeitos cometeram o crime e acrescentou ser “evidente que a prisão cautelar é necessária para a garantia da ordem pública”.
Em um primeiro depoimento, os agentes negaram ter atirado na direção dos amigos. Os PMs alegaram que estavam abordando um veículo suspeito quando os garotos passaram de moto. Os policiais disseram, ainda, que a queda ocorreu por conta de um descontrole de quem pilotava a moto. Após serem algemados, os amigos seriam levados à delegacia, mas os PMs alegam que os dois foram liberados.
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