Publicado 15/12/2020 09:04 | Atualizado 15/12/2020 19:07
Rio – Agentes da Polícia Federal prenderam, na manhã desta terça-feira (15), o advogado Wagner Bragança, vice-presidente da comissão de recuperação judicial e falência da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ). Segundo informações, ele faz parte de um grupo suspeito de desviar mais de R$ 50 milhões dos cofres públicos, em verbas destinadas para a área da Saúde do Estado, na gestão Wilson Witzel. Bragança foi preso em seu apartamento, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Um segundo mandado de prisão também foi cumprido.
Desde as primeiras horas da manhã desta terça, a Polícia Federal está nas ruas para cumprir mandados de busca e apreensão e prisão. A operação é autorizada pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e conta com Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF).
Segundo a Polícia Federal, a 'Operação Kickback' tem como objetivo cumprir 10 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, além de medidas cautelares e indisponibilidade de bens dos investigados. Os mandados foram expedidos pelo STJ. A ação é realizada em conjunto com a Procuradoria Geral da República (PGR).
A Polícia Federal investiga a Organização Social (OS) Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), que administra hospitais, UPAS e leitos de UTI da rede estadual de saúde no Rio e em Juiz de Fora, que recebeu mais de R$ 280 milhões dos cofres públicos. De acordo com as investigações, as dívidas eram pagas com documentos que vinham com as inscrições 'restos a pagar'. Em troca, a OS repassa 13% do valor quitado em forma de propina.
Ainda segundo as investigações da PF, essa mesma OS pagou cerca de R$ 50 milhões a um escritório de advocacia que é investigado pelo repasse de R$ 22 milhões para pessoas físicas e jurídicas ligadas ao operador financeiro identificado nas Operações "Pacebo" e "Tris in Idem", que deu abertura para o afastamento do governador Wilson Witzel.
São 40 policiais federais que estão cumpridos mandados nas cidades do Rio de Janeiro, de Niterói, de Nova Iguaçu e de Juiz de Fora, esta última em Minas Gerais.
O QUE DIZEM OS CITADOS
A defesa do Hospital Maternidade Therezinha de Jesus esclarece que o hospital é uma instituição tradicional, com mais de 90 anos de serviços prestados à população e que "ao longo das investigações, sua diretoria prestou todos os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos. Isso seguirá sendo feito, de modo a contribuir com as investigações e provar que o HMTJ não tem qualquer envolvimento ilícito em relação aos fatos por ora sob investigação".
As defesas do advogado Wagner Bragança e do governador afastado Wilson Witzel ainda não se manifestaram.
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