Um dos suspeitos é escoltado após receber voz de prisão: o grupo tinha um esquema de vigilância sofisticadoReginaldo Pimenta
Por O Dia
Publicado 17/12/2020 07:45 | Atualizado 17/12/2020 09:51
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), prenderam, na manhã desta quinta-feira, cinco PMs e um informante acusados de tentar matar o inspetor da Polícia Civil Bruno Rodrigo da Silva Rodrigues no dia 14 de abril, na Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio.
A ação, denominada "Todos Por Um", cumpre ainda 15 mandados de busca e apreensão. Com apoio da Corregedoria da PM, quatro batalhões passam por buscas desde as 6h: 7º BPM (São Gonçalo), Batalhão de Vias Especiais (BPVE), 15º BPM (Duque de Caxias) e 35º BPM (Itaboraí).
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A PM informou que as armas dos policiais foram recolhidas, assim como celulares e outros pertences que possam fazer parte das investigações. Os militares serão ouvidos na Cidade da Polícia, em Maria da Graça. De acordo com eles, outros oito mandados de busca e apreensão expedidos também contra policiais militares foram cumpridos.
"O comando da Polícia Militar reforça seu compromisso com a transparência e sua intolerância diante de eventuais desvios de conduta por parte de entes da corporação, punindo, quando constatados os fatos, exemplarmente os envolvidos", diz nota enviada da PM.
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Os seis envolvidos diretamente na tentativa de homicídio já foram denunciados pelo MPRJ e tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça. São eles: os policiais militares Sergio Berbereia Basile, Mauro Simôes de Castro, Joamilton Tomaz Ribeiro, Euclydes José do Prado Filho e Fagner Alves da Silva, além de Sergio Leonardo dos Santos.
Os acusados planejaram o crime em represália à atuação investigativa do inspetor envolvendo condutas de PMs na área da 39ª DP (Pavuna), em especial na Feira da Pavuna e sobre o comércio de cigarros. A denúncia oferecida à Justiça imputa crime de homicídio qualificado tentado, associação criminosa e adulteração de identificação de veículo.

De acordo com a Justiça, na tarde do dia 14 de abril, em frente à residência da vítima, Sergio Basile e Mauro, também responsáveis pelo planejamento e operacionalização do crime, efetuaram mais de 20 tiros contra o inspetor Bruno Rodrigo, que sobreviveu ao ataque após conseguir se abrigar e reagir.

Segundo a denúncia, Joamilton participou do crime como motorista de um dos veículos utilizados no crime, no qual estavam os atiradores, fazendo vigilância do local e garantindo a fuga de todos. Da mesma forma, Sergio Leonardo e Euclydes monitoraram e vigiaram a vítima no dia da tentativa de homicídio, acompanhando-a, desde a saída do seu local de trabalho (39ª DP) até a sua residência. Já Fagner forneceu aos demais denunciados o outro veículo utilizado na emboscada, que tinha placa adulterada.

Todos os denunciados foram incursos no artigo 121, §2º, I, IV e VII c/c art. 14, II, ambos do Código Penal (homicídio, qualificado por motivo torpe, por meio de emboscada e contra policial civil , que prevê pena de 12 a 30 anos de reclusão e, ainda, por crime de associação armada - art. 288-A e crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor - art. 311 do CP.
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