SBCBM iniciou esta semana um mutirão para operar pacientes obesos grave no Rio - Divulgação/Mauricio Bazilio
SBCBM iniciou esta semana um mutirão para operar pacientes obesos grave no RioDivulgação/Mauricio Bazilio
Por O Dia
Rio - A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em parceria inédita com a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, promoverá um mutirão emergencial no Hospital Carlos Chagas para realizar cirurgias bariátricas em pacientes que aguardavam na fila e já tinham realizado todas as etapas exigidas no pré-operatório para o procedimento. As primeiras cirurgias foram realizadas na última quinta-feira pela equipe médica do presidente da SBCBM, Fábio Viegas. Os demais pacientes serão agendados conforme o gerenciamento de leitos, material e regras de segurança em função da pandemia. A ação servirá como modelo para o país.
As cirurgias bariátricas precisaram ser suspensas no Rio de Janeiro, em agosto de 2020, após a secretaria cancelar o contrato para realização do serviço por problemas legais de renovação, gerando uma demanda ainda maior de pacientes que precisam ser operados por problemas graves de saúde. A fila de espera pelo pré-operatório, consulta ou procedimento, é de 5.860 pacientes na cidade do Rio. Em um primeiro momento, a SBCBM irá operar 47 pacientes que já estão com o pré-operatório concluído.
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"Eu tenho diabetes desde 1 ano de idade e já perdi a visão de uma vista. Tomo seis injeções de insulina por dia. Minha médica disse que apenas a cirurgia bariátrica poderia me dar uma vida melhor. Para mim, a cirurgia é um recomeço.", relatou a técnica de enfermagem, Rafaela Carvalho, de 37 anos.
A Secretaria de Saúde estabelecerá cronograma para abertura dos novos serviços públicos para o tratamento cirúrgico da obesidade nos hospitais. Também foi anunciada pelo secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves, a reabertura de leitos na unidade, sendo oito novos para cirurgia bariátrica no Carlos Chagas.
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"Essa ação é resultado do trabalho que estamos fazendo em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, cumprindo o que afirmamos que faríamos. Os pacientes podem ter certeza de que não ficarão desassistidos, e vamos seguir acompanhando os trabalhos na ponta", destaca o secretário Carlos Alberto Chaves.
O presidente da SBCBM, Fábio Viegas, explica que será fornecido todo subsidio técnico para que sejam estabelecidos critérios de elegibilidade e priorização dos pacientes, seleção de equipes de atendimento, e adequação de protocolos de atendimento pré e pós-operatórios. "A SBCBM tem trabalhado incessantemente para democratizar e ampliar o acesso à cirurgia bariátrica e metabólica no país e este mutirão no Rio de Janeiro é um exemplo da nossa ação", declarou.
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No mês de dezembro, em vistoria ao Hospital, Fábio Viegas avaliou os primeiros pacientes que já haviam cumprido as etapas e exames de pré-operatórios. Na sequência todos os demais pacientes também foram avaliados.
Segundo o presidente da SBCBM, o mutirão está sendo realizado em razão da excepcionalidade e por conta do pedido de ajuda da Secretaria de Saúde para que as pessoas com pré-operatório concluído possam ser operadas.
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"A cirurgia bariátrica é o melhor e, muitas vezes, o único tratamento para os casos de obesidade mórbida com doença associada. É um fator de risco para muitas doenças, entre elas a covid-19. Quanto mais ampliarmos o serviço, maior será o impacto positivo na população. O SUS é fundamental para isso. A bariátrica não é um procedimento estético, mas que salva vidas", diz o presidente da SBCBM, Fábio Viegas.
Os pacientes receberão acompanhamento nos 30 primeiros dias do pós-operatório no Carlos Chagas e, posteriormente, serão encaminhados para assistência endocrinológica, nutricional e psicológica no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE).
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Próximos passos
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A SES do Rio de Janeiro prepara em caráter de urgência um chamamento para novos contratos com apoio técnico da SBCBM, com quem está trabalhando na elaboração de protocolo conjunto. O processo será feito de forma transparente e com metas claras de produtividade e resultados, para que prevaleça a qualidade do serviço. Em dez anos, 3.200 pacientes já foram operados pelo Programa de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio.