Segundo levantamento, em 77% dos casos houve presença policial
 - Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Segundo levantamento, em 77% dos casos houve presença policial Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - Um levantamento realizado pela plataforma Fogo Cruzado mostrou que 170 pessoas foram mortas a tiros em 44 incidentes que terminaram com 3 mortos ou mais em cada caso, o que configura chacina, em 2020. Apesar de ainda alarmantes, em comparação com 2019, houve uma queda de 46% no número de casos (81) e de 44% no número de mortos (303).
Mesmo com a suspensão de operações policiais durante a pandemia da covid-19, estabelecida pelo STF, em 77% dos casos houve presença de agentes de segurança na cena – ou seja, em 34 dos 44 casos registrados.
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Apesar da redução no número de casos, foi em 2020 que ocorreram duas das maiores chacinas já registradas pela plataforma. No dia 15 de maio, 13 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. No momento, uma moradora relatou no Facebook o desespero para se proteger dos tiros:
"Ao mesmo tempo que não se pode aglomerar como prevenção ao coronavírus, aqui na favela a realidade é tentar aglomerar todo mundo no cômodo mais seguro da casa para se proteger da guerra. Tá rolando operação do Bope desde cedo aqui no Complexo do Alemão", disse. Na época, moradores se uniram, inclusive, para carregar os corpos.
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Maio também foi o mês com mais tiroteios registrados em 2020: foram 505 – 16 por dia.
Passados cinco meses, ocorreu a segunda maior chacina registrada pelo Fogo Cruzado. Era noite de 15 de outubro quando um comboio de milicianos passava pela Rodovia Rio-Santos, em Itaguaí, na Baixada Fluminense, a 65 km de distância do Complexo do Alemão. Eles foram interpelados por agentes de uma força-tarefa da Polícia Civil com a Polícia Rodoviária Federal. Houve 12 mortos – entre eles, o ex-PM Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê, um dos homens mais procurados do estado, apontado como chefe da milícia de Itaguaí.