A infectologista e presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio, Tânia Vergara, alegou que as medidas podem frear o contágio, no entanto, é importante que todas sejam cumpridas. “O problema é que nem as autoridade, que deveriam vigiar quem cumpre as regras, agem da maneira correta. Você vai na rua vê a polícia e a guarda municipal sem máscaras, por exemplo”, critica ela.
O professor e doutor em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowski, explica que qualquer medida que apresentou contingenciamento da contaminação da covid-19 teve que tomar como referência três pilares. “O primeiro pilar é a questão do distanciamento, do uso da máscara, do álcool 70, da não aglomeração, que é isso que a prefeitura está propondo. O segundo pilar é orientar a população contra sinais e sintomas precoces da covid-19, deixando claro que não é febre o mais comum, aliás, a febre ocorre a 15 a 20% dos pacientes”, esclarece o professor da UFRJ.
Doutor Edimilson Migowiski acrescenta ainda que a covid-19 possui um grande número de sintomas que é preciso suspeitar. “Diante da suspeita, reforce o primeiro pilar, redobre a atenção e vá para o terceiro pilar que é a medicação precoce, com isso a gente faz com que o paciente tenha menor possibilidade de evoluir para um quadro grave”, orienta o professor.
De acordo com o especialista, tomando como base esses três pilares, e não apenas ao distanciamento, isolamento e lockdown, será possível conter o impacto do vírus na cidade. “Não adianta fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes”, alerta ele.
Uso dos três pilares fizeram a diferença em Volta Redonda
Um convênio entre a UFRJ e a Secretaria de Saúde de Volta Redonda utilizou os três pilares citados pelo infectologista Edimilson Migowiski. Coordenador do projeto, o especialista revelou que a pesquisa apontou que a região teve aumento de 70% das notificações e o número de internações nas unidades públicas apresentou redução significativa.