Prefeitura do Rio encontra equipamentos para a Saúde 'esquecidos' em depósitosRicardo Cassiano/Prefeitura do Rio
Por O Dia
Publicado 13/01/2021 17:15
Rio – Uma auditoria feita pela Prefeitura do Rio, iniciada nesta quarta-feira, identificou diversos equipamentos hospitalares adquiridos pelo governo Marcelo Crivella, armazenados em depósitos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e no Aeroporto do Galeão, na Zona Norte. As primeiras informações estimam R$ 107 milhões em aparelhos parados, que custam R$ 182 mil mensais entre aluguel do espaço nos depósitos e seguro.
Só no inventário do material estocado no depósito de Duque de Caxias, há 48 aparelhos de anestesia, 25 esterilizadores, 85 raios-x digitais, 51 aparelhos de ultrassom, oito digitalizadores de raio-x, 13 esterilizadores, 34 termodesinfectoras, 40 aparelhos de hemodiálise e 740 computadores desktop com monitores. Já no depósito do aeroporto do Galeão estão 85 desfibriladores, 47 focos de LED, 29 focos cirúrgicos, dois monitores de pacientes e seis raios-x digitais.
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Além desses equipamentos novos, há também guardados em Duque de Caxias, ocupando espaço e representando gasto com aluguel (que é cobrado por metro quadrado ocupado), dez equipamentos usados, que aparentemente foram retirados de hospitais da rede e levados para lá. Não se sabe ainda se esses aparelhos têm condições de uso. São três raios-x, três tomógrafos, uma cama e três esterilizadores. Também estão parados no local 37.236 máscaras de proteção, 254 conjuntos de EPI doados por uma empresa (aventais, batas, máscaras, jalecos e toucas) e 233.744 frascos de álcool em gel, boa parte com a validade vencida desde o ano passado.
"O que estamos começando a apurar são indícios graves de desperdício de dinheiro público. Não havia qualquer demanda das áreas técnicas para esta compra. O que houve foi uma ordem de cima para baixo. São estes tipos de atitudes que fazem a gente entender porque às vezes falta dinheiro na administração pública. São decisões mal tomadas como essa que fazem com que o dinheiro público, o dinheiro da população, vá pro ralo e falte atendimento na ponta", afirmou Marcelo Calero, secretário municipal de Governo e Integridade Pública, durante vistoria no depósito em Duque de Caxias.
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De acordo com a Prefeitura do Rio, todos os processos de compras e contratos de aluguel dos depósitos foram identificados e separados pela atual gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para serem enviados à Secretaria Municipal de Governo e Integridade Pública.
"Com a auditoria, será possível avaliar exatamente como foram os processos de compras, valores contratados e em quanto ficará o montante da dívida ao longo dos próximos cinco anos, acrescidos os juros previstos nos contratos. Somente depois de todo esse trabalho e do levantamento das condições em que se encontram todos os equipamentos comprados, será possível concluir o custo real de tudo isso para o erário do município", afirma a Prefeitura do Rio em nota.
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A reportagem não conseguiu contato com a a assessoria do ex-prefeito Marcelo Crivella. Procurada, a defesa de Crivella não se pronunciou. O espaço está aberto para manifestação.
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