Publicado 14/01/2021 15:00 | Atualizado 14/01/2021 20:07
A Polícia Civil informou que uma das linhas de investigação seguida para apurar o desaparecimento dos três meninos, ocorrido em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é o envolvimento de traficantes do Morro do Castellar, localidade onde as crianças moram. Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10 anos, que são primos, e Fernando Henrique, de 11, sumiram no dia 27 de dezembro de 2020.
Segundo a polícia, o fato do tráfico ter torturado um homem para que ele confessasse o crime e a queima de um ônibus, a menos de 200 metros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), nesta terça- feira (12), fizeram a polícia acreditar no envolvimento de traficantes no episódio.
"Essa é uma hipótese diante das coisas estranhas que ocorreram. Nesse cenário, essa linha de investigação começa a ganhar peso maior", disse Uriel Alcântara, titular da DHBF, sem detalhar no entanto, o que poderia ter motivado o tráfico no sumiço dos garotos.
Na quarta-feira (13), Tatiana da Conceição, mãe de Fernando, e Silvia Regina, avó de Lucas e Alexandre — que sumiram junto com Fernando Henrique —, entregaram uma sacola com roupas sujas de sangue, encontradas por moradores do Morro do Castelar, em uma casa local que inicialmente seria a casa do homem que foi torturado pelo tráfico e que chegou a ser apontado por vizinhos como suspeito de envolvimento no sumiço dos meninos. Inicialmente a DHBF não encontrou provas de que ele tivesse participação no desaparecimento das crianças.
"Tinha um casaco velho sujo na manga, que pode ser sangue ou não, que foi encontrado não sabemos por quem e foi trazido pela avó dos menores e a mãe do menino maior. Além disso, tinha um caderno de escola, com dever de criança em idade de alfabetização", relatou o delegado.
O material deverá passar por exames de DNA para saber se se trata de sangue e se este sangue pertence a alguns dos desaparecidos.
O material deverá passar por exames de DNA para saber se se trata de sangue e se este sangue pertence a alguns dos desaparecidos.
Lucas, Alexandre e Fernando foram vistas pela última vez, no dia 27 de dezembro, em uma quadra de futebol, no Morro do Castelar. A informação inicial era a de que os meninos teriam deixado o local para ir comprar ração para pássaros, em uma feira, no bairro vizinhos de Areia Branca.
Acusado por familiares é solto
O homem levado por moradores à DHBF na terça-feira, foi solto. Ele chegou a ser preso por armazenar conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes em seu celular, o que configura crime, mas foi solto sob fiança. Segundo a polícia, inicialmente, ele não tem relações com o sumiço dos três meninos.
Acusado pela família dos garotos, o homem chegou a ser espancado. A polícia afirmou que a tortura foi ordenada pelos líderes do tráfico local. Além de Wiler Castro da Silva, vulgo o 'Estala', outras pessoas já foram identificadas de participar da tortura. José Carlos dos Prazeres Silva, o 'Piranha', é quem teria autorizado a ação.
"Algumas pessoas foram identificadas, o Estala estava presente, mas teria que ocorrer (o espancamento) com autorização do outro ('Piranha')", afirma o titular da DHBF.
A DHBF pede a colaboração de todos com informações sobre o desaparecimento das crianças e informações que levem à prisão dos bandidos. As denúncias podem ser feitas pelo telefone (21) 98596-7442 (WhatsApp)
A DHBF pede a colaboração de todos com informações sobre o desaparecimento das crianças e informações que levem à prisão dos bandidos. As denúncias podem ser feitas pelo telefone (21) 98596-7442 (WhatsApp)
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