Publicado 28/01/2021 15:40
Rio - Médicos e pesquisadores comemoraram a notícia de que a população idosa começará a ser vacinada a partir de segunda-feira, no Rio. O cronograma da prefeitura prevê uma escala decrescente: os idosos de 99 anos ou mais dão o pontapé segunda-feira, os de 98 anos deverão ir na terça-feira, e assim em sequência. O calendário dura todo o mês de fevereiro, até os idosos de 80 anos, dia 27.
Para especialistas, a escolha da secretaria de Saúde de escalonar por idade foi acertada. "É uma boa estratégia", avalia Chrystina Barros, pesquisadora em Saúde da UFRJ. "É claro que, na medida em que a idade decresce, aumenta o número de pessoas. Pessoas com mais idade provavelmente irão se deslocar com algum tipo de ajuda de acompanhante, ou familiar. O maior mérito desse plano é a capilaridade, tendo estratégias para que a vacina esteja presente no maior número de postos possíveis. A prefeitura utiliza, além dos recurso de clínicas da família, unidades básicas de saúde e drive thrus", completou. A lista completa de unidades está no site www.subpav.org/ondeseratendido.
Chrystina reforça que a eficiência do calendário está diretamente associada à chegada das vacinas. O Rio deve receber uma nova remessa na semana que vem, mas depende dos esforços do Ministério da Saúde. "O que está sendo feito no município do Rio é uma organização transparente, quantificando grupo por grupo. Nós não temos vacina suficiente para imunizar todas as pessoas. As vacinas estão chegando e a prefeitura organizou, dentro da prioridade, as camadas que fazem a organização da fila. Quanto mais rápido chegarem vacinas, mais rápido conseguiremos alcançar toda a população", disse a pesquisadora.
Idosos com covid-19, doenças crônicas e tratamento oncológico: médico tira dúvidas sobre vacinação
Ao mesmo tempo em que erguem as mãos pela distribuição das vacinas, os especialistas mantém os pés no chão e avisam: a imunização não significa o fim dos cuidados. É necessário, mesmo após a segunda dose, manter o distanciamento, usar a máscara e cumprir todo o protocolo. "Os cuidados devem continuar se mantendo, mesmo após a primeira e a segunda doses. Independentemente de ser adulto, ou idoso. Estar vacinado vai o proteger, mas não o dispensa das medidas que a gente está preconizando: uso de máscara, álcool em gel, distanciamento", comentou o infectologista Renato Kfouri, que alerta sobre o prazo para o efeito completo da imunização.
"A vacina começa a fazer efeito quinze dias após a primeira dose, mas deixa o indíviduo protegido após 15 dias após a segunda dose. Completado o esquema, você considera que a proteção esperada tenha sido conferida", completou o especialista.
Tire outras dúvidas:
A pessoa que teve ou está com Covid-19 deve receber a vacina?
"Se a pessoa já teve covid, deve tomar, é seguro e recomendado. Vamos vacinar muitas pessoas que tiveram e nem sabem. Mas se a pessoa está com covid, a gente espera 14 dias, pelo menos duas semanas para então vacinar", explicou Kfouri.
A Secretaria Municipal de Saúde pontuou que "para pessoas que tiveram covid-19 recentemente, a recomendação é de que a vacinação deve ser adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas; ou, nos casos assintomáticos, após quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR positiva. Em caso de febre, a recomendação é aguardar a melhora do quadro.".
Portadores de doenças respiratórias e demais doenças crônicas devem receber a vacina?
"Doença respiratória, sim, recomenda-se vacinar, assim como qualquer outra doença crônica: diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, renais, reumáticas, pulmonares..."
Quem faz tratamento oncológico deve receber a imunização?
"O tratamento oncológico tem um problema que é a resposta da vacina. Se ele está no meio da quimioterapia, essa quimio abaixa muito a resistência. Apesar de a vacina ser segura, em um tratamento imunossupressor a tendência da resposta é ser ruim. A melhor saída é avaliar com o médico".
O Programa Nacional de Imunização contraindica a imunização para quem tenha "hipersensibilidade ao princípio ativo ou qualquer das substâncias da vacina".
Leia mais
Comentários