Vacinação na Clínica da Família, Estácio de Sá, no Rio Comprido. Na foto, preparação para a Vacina. - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Vacinação na Clínica da Família, Estácio de Sá, no Rio Comprido. Na foto, preparação para a Vacina.Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Rio - Depois de iniciar a campanha de vacinação com enorme expectativa e direito a evento aos pés do Cristo Redentor, o Rio agora retorna ao estágio de espera. Sem imunizante em estoque, a prefeitura da capital fluminense irá suspender por pelo menos uma semana a vacinação contra a covid-19 na cidade. O processo seguirá normalmente apenas para a aplicação da segunda dose.
O anúncio da suspensão da campanha havia sido feito pelo prefeito Eduardo Paes (DEM) no início da manhã de segunda-feira, 15, e confirmado na terça, 16, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A expectativa da pasta é de que a nova remessa de vacinas Coronavac, produzidas pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, seja entregue no dia 23, mas não há ainda uma confirmação.
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"O município do Rio antecipou em uma semana a campanha de vacinação, o que foi muito importante, porque a cada dia que antecipamos, protegemos aquelas pessoas e evitamos a transmissão da covid-19", disse ao Estadão o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. "Agora a gente interrompe e espera chegar a próxima remessa. Até lá, as vacinas destinadas à segunda dose, que já estavam reservadas, serão aplicadas naqueles primeiros grupos prioritários atendidos."
O anúncio da suspensão fez com que muitos idosos fossem aos postos de vacinação nesta terça, o que gerou filas em um dos locais, na Tijuca, e fez zerar o estoque em outro ponto, no Engenho de Dentro - a vacinação ficou interrompida pela manhã até a chegada de novos imunizantes.
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Além do fim do estoque, outro temor entre os que têm direito a receber o imunizante contra a covid-19 foram as notícias sobre a "vacina de vento". A Polícia Civil investiga denúncia em três cidades do estado de que a aplicação não teria sido feita de verdade em alguns idosos. Nos casos suspeitos, vídeos gravados por familiares mostram a pessoa responsável pela aplicação com seringas vazias ou sem movimentar o êmbolo da seringa.
Lenita da Motta Azevedo, de 83 anos, foi receber sua dose do imunizante no drive-thru do Parque Olímpico precavida. Uma filha acompanhou todo o processo e gravou o momento da aplicação a pedido de familiares que estão no exterior e que ficaram alarmados com a denúncia.
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Quem tentou fazer o mesmo em São Gonçalo, na região metropolitana, contudo, não conseguiu. Um cartaz afixado em um dos postos de vacinação da cidade informava que filmar ou fotografar a aplicação da vacina era proibido. Uma mulher ouvida pela TV Globo confirmou que funcionários do local impediram a captação das imagens no momento em que sua mãe era vacinada.
Em nota, a prefeitura de São Gonçalo informou que "lamenta o incidente no polo sanitário Washington Luiz" e que o cartaz "é antigo e foi colocado na tentativa de preservar o servidor que não quisesse ser filmado". No texto, o município informou ainda que mandou retirar o aviso e que pediu aos servidores que "permitam e até incentivem a produção das imagens, por parentes ou acompanhantes de idosos a serem imunizados, a fim de garantir a qualidade do atendimento".
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A cidade, que chegou a interromper a vacinação na semana passada por falta de imunizantes, retomou o processo e garante a campanha pelo menos até este fim de semana.
Em Niterói, a prefeitura limitou-se a informar que "possui estoque para realizar a vacinação dos idosos a partir de 87 anos" nesta quarta-feira - os postos estão fechados nesta terça-feira de carnaval.
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Até as 9h da manhã de terça, o "vacinômetro" disponibilizado pela Secretaria Estadual da Saúde informava que 405.925 pessoas já haviam sido vacinadas em todo o Estado do Rio.