Publicado 01/02/2021 06:18
Rio - O BRT Rio está paralisado nesta segunda-feira nos seus três corredores (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica). Segundo o consórcio que administra o transporte, alguns motoristas impediram a saída dos ônibus das garagens em protesto contra a perspectiva de atraso de salários este mês. Não há previsão para a regularização da atividade.
O prefeito Eduardo Paes disse em entrevista ao programa Bom Dia Rio, da TV Globo, que não pode negociar subsídios ao consórcio e que as negociações levam tempo. Paes insinuou que a greve desta segunda-feira pode ter sido articulada por empresários de ônibus para pressionar o Poder Público. O prefeito afirmou que pressões deste tipo podem fazer com que a Prefeitura do Rio endureça a negociação.
"Faço um apelo para os motoristas de BRT voltarem a trabalhar. A gente vai olhar pra frente e tomar as decisões necessárias. O que não pode é a população ser prejudicada. Não quero acreditar que esta greve seja um locaute, com a conivência dos empresários para pressionar", disse.
O representante dos motoristas de BRT, Ademir Francisco, diz que a categoria realizou a paralisação contra a decisão da empresa de afastar motoristas por 10 dias sem remuneração. O BRT tampouco garantiu o pagamento dos trabalhadores até o próximo dia 5. A cada 7 dias, 50 funcionários ficarão em casa sem receber, segundo Ademir.
"Acreditamos que eles (empresários) estão incentivando indiretamente os trabalhadores para pressionar o prefeito Eduardo Paes. Eles estão nos usando. Nós queremos que se manifestem contra o afastamento não remunerado e com o compromisso de pagamento no quinto dia útil", diz o representante.
A cidade entrou em estágio de atenção às 6h30 desta segunda-feira por conta da paralisação. O estágio de atenção é o terceiro nível em uma escala de cinco e significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade. Há possibilidade de nova mudança de estágio devido a chuva ou outros fatores.
BRT anunciou que não tem dinheiro
No sábado (30), o BRT divulgou nota para anunciar que não tem recursos para honrar os próximos compromissos prioritários, como o pagamento da segunda parte do salário de janeiro – em 5 de fevereiro – e a compra de insumos necessários à operação, como combustível, por exemplo.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, no BRT atuam cerca de 450 motoristas. Ele afirma que já havia informado a direção do BRT sobre a possibilidade de paralisação devido ao rodízio imposto aos funcionários. A situação piorou quando a empresa informou que não haveria condições de realizar o pagamento da categoria este mês.
A partir de acordo assinado com o Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, o BRT Rio adotará, em fevereiro e março, um sistema de rodízio entre seus colaboradores, com a dispensa de até 10 dias e a equivalente redução salarial.
"Nossa maior preocupação é com os profissionais da categoria e com os usuários que poderão sofrer diretamente com isso. Que fique claro que não podemos ser responsabilizados por essa bagunça entre a Prefeitura e o BRT. Somente eles podem dar uma resposta para a sociedade e não a categoria", diz o presidente do sindicato dos rodoviários em nota.
"Nossa maior preocupação é com os profissionais da categoria e com os usuários que poderão sofrer diretamente com isso. Que fique claro que não podemos ser responsabilizados por essa bagunça entre a Prefeitura e o BRT. Somente eles podem dar uma resposta para a sociedade e não a categoria", diz o presidente do sindicato dos rodoviários em nota.
O Rio Ônibus lamentou em nota a paralisação do sistema BRT Rio nesta manhã e disse temer que o movimento se estenda para todo o setor.
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