Pescadores desaparecidos no mar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital fluminense - Reprodução
Pescadores desaparecidos no mar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital fluminenseReprodução
Por Jessyca Damaso
Rio - A Marinha do Brasil encerrou, nesta terça-feira, as buscas pelos pescadores que desapareceram no mar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no dia 13 de janeiro. Os familiares foram comunicados da decisão durante uma reunião com a corporação no 1º Distrito Naval, na Praça Mauá, no Centro do Rio. A esposa de Everaldo Rodrigues Martins, Michele Cristine dos Santos, lamentou a notícia. 
"A minha filha todos os dias chora com a falta do pai. Meu coração está dilacerado. É muita tristeza, porque queremos apenas encontrá-lo vivo ou morto. Essa agonia de não saber notícias e nada de vestígios é muito ruim", contou Michele.
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De acordo os familiares, Everaldo Rodrigues Martins, Pablo Henrique Santos de Oliveira e Marcelo da Silva Barbosa saíram para pescar, por volta das 4h, na Barra da Tijuca, do dia 13 de janeiro, e o último contato feito com eles aconteceu na parte da tarde do mesmo dia, às 15h. Depois disso, não se teve mais notícias dos pescadores, o que fez com que os familiares recorressem às autoridades e aos órgãos de busca.
"A Marinha nos chamou para entregar os documentos sobre tudo o que foi feito, desde o momento que foram acionados até hoje. Por lei, a Marinha tem sete dias para poder procurar as pessoas desaparecidas no mar e se não encontrarem vestígios de nada, eles param as buscas. Só que eles estenderam as buscas por 10 dias. Eles não usaram mais as aeronaves e ficaram focados em encontrá-los por meios das embarcações", explicou Michele.
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"Existem um sistema chamado SASM (Serviço de Assistência Social da Marinha) que fica em aberto para todas as embarcações que estão no mar, nas aeronaves e até mesmo os aeroportos que eles informam do desaparecimento. Eles não deixaram de procurar, só que eles não estão mais com o foco em cima dos meninos. Para a Marinha, dois meses não tem mais condição de ter vida. Esse foi um dos motivos que eles mandaram nos chamar. É triste, mas ainda temos esperança. Porque tudo pode acontecer e eles ainda estarem vivos. Se por acaso eles aparecerem em Santa Catarina, que é um lugar bastante habitado, tem muitos pesqueiros, embarcações, vão nos avisar. Foi isso que acabou acontecendo com o Marcelo, um barco pesqueiro o encontrou e acionou o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, que por sua vez, avisou a corporação daqui do Rio", completou.
Michelle disse que o documento entregue pela Marinha foi assinado e agora vão encaminhar para a polícia para ver o que a Justiça vai determinar a partir de agora. As causas e responsabilidades do acidente são apuradas em inquérito administrativo instaurado pela própria Marinha, e posteriormente encaminhado ao Tribunal Marítimo.
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Na última quinta-feira, o corpo de Marcelo, de 38 anos, foi encontrado por pescadores e resgatado pelos bombeiros na Praia Mole, no litoral de Florianópolis, Santa Catarina. Ele foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na segunda-feira.