Casa na qual está sendo levantado um tanatório, em São GonçaloReprodução

Por O Dia
Rio - O deputado estadual Carlos Minc (PSB) enviou, na última quinta-feira (4), um ofício para a Prefeitura de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, solicitando o embargo da instalação de um tanatório na Rua Capitão Antônio Inácio da Silva, número 1.828, no bairro Porto da Madama, em São Gonçalo. No documento, o ex-ministro do Meio Ambiente justificou o pedido, afirmando que a região é uma área predominantemente residencial e, por isso, o funcionamento desse serviço funerário pode causar impactos sanitários e sociais aos moradores das redondezas.
A reportagem do O DIA tenta contato com a Prefeitura de São Gonçalo e aguarda a manifestação.
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Construção do tanatório era mantida em segredo
Moradores de São Gonçalo fizeram uma descoberta chocante em fevereiro um estabelecimento que continha uma obra clandestina de um laboratório feito para embalsamar corpos, uma espécie de tanatório, localizado na Rua Capitão Antônio Inácio da Silva.
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Inconformados com a presença do tanatório irregular, os residentes da área decidiram fazer um abaixo-assinado contra a instalação e o caso chegou até a Câmara Municipal de São Gonçalo, onde ocorreu uma sessão ordinária de parlamentares para se debater a irregularidade do estabelecimento. Dentre todos os presentes, o vereador Cici Maldonado (PL) usou a tribuna para denunciar a obra clandestina e mostrar a indignação dos moradores de Porto da Madama com a situação.
O abaixo-assinado elaborado por residentes do bairro atingiu mais de seiscentas assinaturas de moradores e comerciantes da região até o mês passado. Já no plenário da Câmara Municipal, o manifesto público ganhou a adesão de mais 20 pessoas, que se identificaram com a causa. Por decisão unânime, os parlamentares que participaram da sessão ordinária declararam apoio à iniciativa popular e se comprometeram a fazer com que o estabelecimento para embalsamar corpos seja instalado em um local mais apropriado para o serviço.
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Carlos Alberto Pereira, de 56 anos, morador da Rua Capitão Antônio Inácio da Silva, explicou como toda essa construção do tanatório se originou e revelou que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibido a concepção de locais que ofereçam esse tipo de serviço funerário ao lado de casas residenciais, o que não está sendo cumprido pelo proprietário do imóvel. Ele afirma, ainda, que o prefeito de São Gonçalo, Capitão Nelson, já está atuando para coibir a abertura do espaço.
"Três casas após a minha, funcionava uma fábrica de quentinhas há alguns meses, mas o negócio acabou não rendendo e faliu. Um tempo depois, o proprietário da residência começou a fazer uma obra no local e havia dito aos vizinhos aqui da rua que eles não iriam gostar do que viria a ser tornar aquela residência. Nós achamos estranha essa afirmação e iniciamos uma confabulação para descobrir o que seria. Com o passar dos dias, ficamos sabendo que se tratava de um tanatório. Porém, de acordo com o parágrafo cinco da Anvisa, esse tipo de estabelecimento não pode ter contato físico com casas residenciais, ou seja, a obra está sendo feita de forma irregular", disse Carlos.
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"A partir dessa informação, nós, moradores da rua onde está sendo preparado esse tanatório, decidimos nos mobilizar e fazer um abaixo-assinado contra essa construção. Mas, a princípio, como o prefeito de São Gonçalo está agindo nesse sentido também, preferimos aguardar mais um pouco. A verdade é que, de fato, temos de bloquear esse estabelecimento antes da inauguração, porque, após aberto, ficará mais complicado de fechar", completou.