Vacinação
VacinaçãoDivulgação/Ascom
Por Jessyca Damaso
Rio - O painel MonitoraCovid, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima que só daqui a 764 dias, no dia 18 de abril de 2023, toda a população do Rio de Janeiro estará vacinada contra a covid-19. Para o Brasil todo, seriam 925 dias, no dia 26 de setembro de 2023, para a população total apta a receber o imunizante, com mais de 18 anos de idade. Esse cálculo é feito a partir da oferta e demanda atual e é gerada automaticamente pelo sistema. Atrás de grandes estados do Sudeste, como São Paulo e Espírito Santo, o estado do Rio ocupa a 13ª posição no país em percentual total de pessoas vacinadas até o momento.
Até esta segunda-feira, somente 5,62% da população fluminense, um total de 759.525 pessoas, recebeu ao menos uma dose da vacina. No país inteiro, o percentual de imunizados com a primeira dose é de 6,27%, com 10.028.466 aplicadas, apenas 3.832.612, cerca de 2,39%, já receberam a segunda dose.
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De acordo com o pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz, Christovam Barcellos, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem totais condições de fazer as aplicações diárias necessárias, mas a logística depende da disponibilidade de vacinas.
"O Rio de Janeiro interrompeu a campanha de vacinação por falta de insumos. O Brasil todo está vacinando em torno de 200 mil pessoas por dia e isso, sem dúvida nenhuma, é muito aquém da capacidade total do SUS, que possui milhares de postos de vacinação preparados, com geladeira, com pessoal capacitado que já sabe o que fazer e que vinha cumprindo o seu papel muito bem, por exemplo na Amazônia. Mesmo com todas as dificuldades de logística de transporte eles estão conseguindo uma cobertura de vacinação bastante grande, cerca de 10% da população da Amazônia já foi vacinada. A interrupção da imunização não se deve a capacidade de aplicação das doses, mas a produção e importação das vacinas e isso vai se acelerar nas próximas semanas e meses com a chegada de novos lotes dos imunizantes", explicou o pesquisador.
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Nesta segunda-feira, o secretário estadual de Saúde do Rio, Carlos Alberto Chaves, disse que vai distribuir as vacinas assim que receber o novo lote de Coronavac do Ministério da Saúde. O governo estado esperava receber 297 mil vacinas, correspondentes a 9% das 3,3 milhões de doses adquiridas pelo Governo Federal do Instituto Butantan. Outro lote com mais 180 mil doses é esperado para quarta-feira. No entanto, o secretário disse que não tem definição de quando as remessas vão chegar no Rio.
No mesmo dia, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, usou sua rede social para pressionar o Ministério da Saúde a distribuir rapidamente as doses. Com o calendário de vacinação interrompido na cidade por falta de doses, Paes agradeceu ao governador de São Paulo, João Doria, pela entrega de 3,3 milhões de doses do Instituto Butantan aos estados, e disse torcer para que o Ministério "não fique estocando e distribua logo essas doses".
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Na noite da última quinta-feira, Paes anunciou a suspensão do cronograma de vacinação por falta de doses na capital. O Rio abriria, esta semana, a imunização para pessoas de 75 e 74 anos. Mas sem a chegada de novas remessas, o município segue vacinando apenas a segunda dose e idosos com 76 anos ou mais. 
O Amazonas, cuja capital Manaus, atravessa um momento delicado com picos no números de internações, hospitais lotados e sem oxigênio é o estado que mais vacinou pessoas até agora.
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Questionada sobre como o governo fará para reverter essa estimativa da Fiocruz, a Secretária Estadual de Saúde (SES) afirmou, em nota, que depende do Ministério da Saúde.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que "o levantamento feio pela Fiocruz que dá essa estimativa de dois anos caso a aplicação de vacinas manter esse mesmo ritmo. Para resolver esse problema só com mais vacinas e isso depende do Ministério da Saúde fazer a aquisição. O governo do estado só faz a logística de distribuição".
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O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que não mede esforços para dar celeridade à vacinação contra a covid-19, para todos os brasileiros. "Até maio, está prevista a entrega à pasta 143 milhões de doses das vacinas contra a covid-19 – contando com os imunizantes da Fiocruz, Butantan, AstraZeneca/Oxford importada da Índia, consórcio Covax Facility, Precisa/Bahrat Biotech, União Química/Gamaleya e Pfizer. A previsão é que os brasileiros possam contar com mais de 500 milhões de doses da vacina ainda em 2021".
Ranking da vacinação em todos os estados do Brasil:
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1- Amazonas: 12,08%
2- São Paulo: 8,08%
3- Mato Grosso do Sul: 7,42%
4- Distrito Federal: 7,22%
5- Rio Grande do Sul: 6,83%
6- Paraíba: 6,5%
7- Bahia: 6,43%
8- Pernambuco: 6,2%
9- Ceará: 6,07%
10- Roraima: 6,07%
11- Espírito Santo: 5,77%
12- Acre: 5,65%
13- Rio de Janeiro: 5,62%
14- Paraná: 5,43%
15- Rio Grande do Norte: 5,39%
16- Sergipe: 5,23%
17- Goiás: 5,2%
18- Minas Gerais: 5,06%
19- Santa Catarina: 4,96%
20-Tocantins: 4,92%
21- Maranhão: 4,89%
22 -Piauí: 4,85%
23 - Amapá: 4,8%
24- Alagoas: 4,58%
25- Rondônia: 4,36%
26- Mato Grosso: 4,34%
27- Pará: 4,24%