"A maioria dos veículos são vendidos para traficantes de comunidades do Rio, especialmente o Complexo do Chapadão. Eles costumam sempre fugir para lá. Pegam a Dutra e depois Via Light, que é uma reta só, por uma via expressa, que dá lá no Chapadão em menos de 15 minutos", explicou o delegado Willians Batista.
De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, a escolha pelo Complexo do Chapadão pode ser explicada por sua extensa área, que abrange comunidades entre os bairros de Costa Barros, Pavuna, Anchieta, Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, e por seu forte poderio bélico. O oficial contou ainda que a corporação apura a informação de que uma localidade conhecida Furna da Onça seja usada para desmanche de veículos.
"O Chapadão tem investido sim nessa sublocação de espaços, seja para transbordo de cargas roubadas, seja para o corte de veículos, isso mediante a pagamento de pedágio do criminoso para o tráfico de drogas. Mas essa relação ali é histórica, há cerca de 10 anos, o Nando Bacalhau já tinha como atividade principal esquentar carros roubados, remarcando chassi e revendê-los para o restante do país", explicou Blaz.
Os agentes da 58ª DP constataram ainda que o conjunto de favelas carioca também abriga ladrões que roubam carga na região. E não é de hoje que o Chapadão tem uma forte relação com roubos de carga e veículos, de acordo com as polícias Civil e Militar.
"Historicamente a área concentra quadrilhas especializadas em roubo de carga, tem essa expertise há muitos anos. Em 2010, com a tomada do Alemão, o Chapadão se tornou um dos QG's do Comando Vermelho e promoviam muitos bailes também. Mas, devido as investigações ali, desde 2016, houve uma diminuição do roubo de carga, naquela região, percentualmente. Hoje a gente pode afirmar que o Chapadão não é a principal área de roubo de carga do estado", declarou o delegado Vinicius Domingos, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Carga (DRFC).
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