Aglomeração na estação do BRT de Santa Cruz, na Zona Oeste
Aglomeração na estação do BRT de Santa Cruz, na Zona OesteReprodução WhatsApp O DIA
Por Jessyca Damaso
Rio - A manhã foi de caos para os trabalhadores cariocas. Passageiros enfrentaram longas filas, nesta segunda-feira, na estação do BRT de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. A falta dos articulados provocou grande aglomeração no local, agravando ainda mais os riscos de contágios da covid-19 que está em sua pior fase. O prefeito Eduardo Paes anunciou, através de suas redes sociais, que iniciará o processo de intervenção para retirar a concessão dos atuais operadores do sistema a partir desta terça-feira.
Em nota, o BRT informou que está trabalhando com a capacidade máxima de operação e seguindo o planejamento para o horário de pico. No entanto, o Sindicato dos Rodoviários estima que 90 ônibus estejam parados na garagem aguardando por reparo. Segundo a concessionária, a previsão para esta segunda-feira é de 138 articulados em funcionamento.
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Nas internet, os usuários reclamam do descaso. "Tanta reunião pra no final não mudar NADA, o BRT irá continuar lotado, pessoas vão continuar se aglomerando e o pobre cada vez mais sem dinheiro", disse um passageiro. "Começando a semana passando raiva com o BRT, bom dia ou não", comentou outra.
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, em todo esse tempo de sindicalismo nunca presenciou uma situação tão difícil no transporte público urbano na cidade. Em relação ao BRT, um sistema de transporte tão importante para a cidade, a frota encontra-se totalmente sucateada.
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"Para se ter um ideia, mais de 90 articulados se encontram na garagem para reparos, o que consequentemente traz transtornos para os usuários, que são obrigados a aguardar várias horas para conseguirem chegar ao seu lugar de destino. Para piorar, na semana passada cerca de 100 profissionais da categoria que trabalham no BRT foram dispensados. Isso é um verdadeiro absurdo", indignou-se.
Para o deputado Dionísio Lins, presidente da Comissão de Transportes da Alerj, a prefeitura disse recentemente que começa em breve a intervenção junto ao BRT, mas não explicou quando e como ela será feita. Para ele não adianta nesse momento praticar populismo, é necessário investir não só no BRT, mas em todos os outros modais de transportes.
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"O BRT precisa de gestão, mas de uma gestão séria visando a população do Rio. Precisamos saber como será feita essa intervenção, se haverá alteração no valor da passagem, dos horários, reforço na fiscalização nas plataformas de embarque para evitar invasões e aglomerações nas horas de pico, número real de articulados que estão efetivamente circulando, tudo isso precisa ser colocado no papel para que possamos cobrar resultados no final de todo esse processo, por isso a importância da Força-Tarefa para acompanhar de perto todo esse processo", disse.
Dionísio afirmou ainda ver a necessidade imediata de uma Parceria Pública Privada (PPP) para que haja investimento que assegure uma nova gestão não só do BRT, mas em todos os outros modais de transportes.
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"O BRT precisa de gestão, mas de uma gestão séria visando a população do Rio. Com a palavra, o prefeito Eduardo Paes", afirmou.
O Prefeito Eduardo Paes se pronunciou nesta manhã através de suas redes sociais. "Amanhã começaremos o processo de intervenção com o posterior fim da concessão para os operadores atuais. Quando deixei a prefeitura em 2016 eram quase 400 ônibus de BRT. Hoje são 140. Vai levar algum tempo mas vamos ajeitar. Continuem cobrando", disse o prefeito.