Estação Paulo da Portela, em Madureira, Zona Norte do Rio durante primeiro dia de intervenção da Prefeitura
Estação Paulo da Portela, em Madureira, Zona Norte do Rio durante primeiro dia de intervenção da PrefeituraReginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Por Beatriz Perez
Rio - A intervenção da Prefeitura do Rio no BRT iniciada nesta terça-feira vai aumentar o número de ônibus comuns que realizaram, durante a manhã, a linha emergencial sem paradas de Santa Cruz ao terminal Alvorada, no corredor Transoeste. Na volta para casa, entre 16h e 20h, serão 30 veículos.
Na quarta-feira (24), a frota será de 40 ônibus comuns. A Prefeitura pretende estender a medida paliativa para outros corredores do sistema.
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O usuário que utilizar a linha emergencial não precisará pagar outra passagem para usar o BRT, basta procurar funcionários da subprefeitura no terminal Alvorada.
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Leia: Passageiros cobram aumento no número de veículos e mais manutenção no BRTNesta manhã, 20 ônibus realizaram o trajeto. Segundo a secretária de transportes Maína Celidonio, a frota transportou o correspondente a nove articulados do BRT.
O prefeito Eduardo Paes disse que a medida alivia um pouco o sofrimento dos usuários do sistema. Ele disse que a qualidade do transporte não vai ficar boa da noite para o dia, mas prometeu entregar um sistema de qualidade a médio prazo.
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"Esse serviço extra de ônibus normais aliviou muito o sofrimento diário da população que embarca na estação de Santa Cruz e era tratada como gado. Vamos buscar ações temporárias pra aliviar a pressão do sistema. Não vai ter milagre do dia para a noite, mas as coisas vão melhorar", disse em coletiva de imprensa no centro de controle do BRT, no terminal Alvorada, na Barra da Tijuca.
"Vamos fazer com que o BRT seja exemplo de transporte público de qualidade", prometeu.
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A interventora Cláudia Secin disse que um inventário da frota está sendo realizado e que veículos serão reincorporados ao sistema conforme a complexidade dos reparos necessários. Órgãos da própria prefeitura participam da operação, como a Secretaria de Conservação.
"Já autorizamos a compra de uma cola no valor de R$ 3,3 mil para o reparo de ônibus que estavam com os para-brisas quebrados", exemplificou Cláudia Secin. Segundo a interventora, seis veículos serão reparados e estarão nas ruas nas próximas 48 horas com a medida.
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A frota inventariada pela Prefeitura é de 301 veículos, 140 estão circulando.
O prefeito Eduardo Paes diferenciou a intervenção da sua gestão daquela realizada pelo ex-prefeito Marcelo Crivella. 
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"Estamos tirando as concessionárias do BRT. Não é como o ex-prefeito que simplesmente a Prefeitura veio aqui (no BRT), ficou aqui dando palpite sem aportar recursos, sem buscar melhorar o serviço, sem ouvir o quadro de profissionais qualificados, pessoas que conduzem o BRT e precisam ser ouvidas. Na verdade, a intervenção é o primeiro passo de um processo maior, que é o cancelamento da concessão em relação ao BRT. Isso também vai acontecer na bilhetagem eletrônica", comentou Paes.
Nos próximos meses, a Prefeitura vai preparar a nova licitação, ajeitar os ônibus que existem, colocar mais veículos em circulação e recuperar estações, explicou Paes.
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O prefeito elogiou a interventora do BRT, que responde por quatro processos na 15ª Vara de Fazenda Pública, incluindo improbidade administrativa. As ações são referentes ao período em que Cláudia Secin, de 58 anos, foi presidente da CET-Rio, entre 2006 e 2016. Ela é arquiteta, analista de sistemas e ingressou na Companhia de Engenharia de Tráfego do município em 1992, onde ocupou cargos de destaque. 
"Confio muito na láudia Secin. Foi presidente da CET-Rio durante 8 anos nos meus mandatos. É servidora pública, trabalhadora, decente, séria, conta com minha total confiança. Enérgica, firme. Aliás, fico muito feliz de ver esse processo de retomada deste sistema para a cidade ser conduzido por duas mulheres de muita energia e muita força, como a secretária Maína e a presidente interventora Cláudia Secin", afirmou o prefeito.
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Eduardo Paes também afirmou que sua gestão vai concluir a TransBrasil de maneira adequada. "Estamos definindo detalhes de como a TransBrasil chega no Centro", adiantou. 
Paes disse que a Prefeitura vai realizar um levantamento pra apurar o déficit da operação do BRT, que segundo empresários seria de R$ 4 milhões de reais por mês. " Esse custo de operação tem muita chance de diminuir e esse déficit não ser tão grande assim, com o serviço que era prestado. A Prefeitura pode sim aportar recursos", disse o prefeito. A intervenção é acompanhada da Procuradoria Geral do Município, Controladoria Geral do Município e Secretaria de Governo e Integridade Pública, além da Secretaria Municipal de Transportes.