Brasil pode ter no fim de maio mesmo número de mortes por covid registrado em 2020
Brasil pode ter no fim de maio mesmo número de mortes por covid registrado em 2020Reprodução
Por O Dia
Rio - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro informou, neste sábado, que iniciou uma pesquisa para identificar a incidência das novas cepas da Covid-19 na população fluminense. Segundo a pasta, objetivo é monitorar a evolução das variantes, melhorar ações epidemiológicas e possibilitar a ampliação precoce de números de leitos e de medidas restritivas.

Ainda segundo a secretaria, o estudo, que busca entender mais sobre as modificações sofridas pelo SARS-CoV-2, será um dos maiores na área de sequenciamento do vírus da Covid-19 no Brasil. A pesquisa vai analisar 4.800 amostras nos próximos seis meses, sendo 400 a cada 15 dias.
Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) - com recurso de R$ 1,2 milhão - a iniciativa conta, ainda, além da SES, com a parceria do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, do Lacen, da Fiocruz e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.

Para o secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves, a medida pode ser um importante instrumento balizador de políticas públicas, caso a doença continue a circular mesmo após a vacinação em massa. "Como acontece com a gripe, a Covid-19 pode se tornar um vírus de circulação sazonal, com mutações genéticas. É fundamental ampliar os estudos para que, cada vez mais, possamos agir de forma antecipada. Por exemplo, se o mundo soubesse mais sobre a variante P1, que tem se mostrado mais contagiosa, poderia ter aberto leitos com mais antecedência e reforçado protocolos como etiqueta respiratória e distanciamento social", afirmou o secretário.

Atualmente, o estudo está na fase de compras de insumos e separação de amostras. O objetivo é que os primeiros vírus sejam sequenciados na segunda quinzena de abril.

Subsecretária de Vigilância em Saúde da SES e idealizadora da pesquisa, Cláudia Mello acredita que a ciência seja o principal caminho neste momento. "Em pouco menos de um ano, vimos a ciência desenvolver vacinas contra um vírus que se tornou a pandemia do século. Agora, precisamos nos aprofundar em diversas perspectivas sobre esse coronavírus. Tenho certeza de que esse estudo também irá colaborar para um maior entendimento e fazer com que a gente volte a ter uma vida normal", acredita Cláudia, que tem como parceiros no estudo os pesquisadores Ana Teresa Vasconcelos (LNCC) e Amilcar Tanuri (UFRJ).

Para o presidente da Faperj, Jerson Lima Silva, investir na busca pelo conhecimento é um caminho único. "Somente do ano passado para cá, a Faperj investiu mais de R$75 milhões em pesquisas que visam o combate à Covid-19. Esse estudo genômico das novas variantes do SARS-CoV-2 é fundamental para a evolução do entendimento do vírus", afirmou Jerson.