Pesquisadores dizem que medidas devem ser aliadas ao aumento da aceleração da vacinação
Pesquisadores dizem que medidas devem ser aliadas ao aumento da aceleração da vacinação Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por O Dia
Rio - O Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, nesta quarta-feira (8), uma nota técnica que apresenta indicadores de distanciamento social, casos e óbitos pela doença na cidade do Rio. O estudo foi feito entre 26 de março e 2 de abril e recomenda ações estratégicas para reverter o atual cenário e que as “atenções devem ser mantidas”.
A pesquisa diz que, apesar da ampliação das medidas restritivas adotadas para conter o avanço da pandemia no município, ainda não é possível analisar os impactos sobre a incidência e mortalidade na cidade, mas afirma que a incidência ainda é muito alta. Os pesquisadores ressaltaram que o efeito positivo do distanciamento social só pode ser observado após, no mínimo, 14 dias de adoção das medidas e com a adesão da população.
Publicidade
Segundo os estudiosos, ainda é cedo para flexibilização, já que os indicadores mostram que é necessário intensificar a fiscalização nas áreas de lazer e praias, prorrogando a restrição de forma mais rígida, e realizar o controle da entrada de pessoas em farmácias, mercearias e supermercados. Os pesquisadores dizem que essas medidas devem ser aliadas ao aumento da aceleração da vacinação no município.
A nota ressalta também que é preciso que as medidas sejam adotadas por toda a Região Metropolitana, composta de 21 cidades. “Podemos afirmar que o esforço isolado do município do Rio de Janeiro pode não resultar nos efeitos esperados para a redução das taxas de ocupação de leitos, bem como para reduzir a circulação do vírus, que não conhece fronteiras administrativas”, explicam os pesquisadores.
Publicidade
Indicadores
No estudo, foram usados indicadores para análise de casos e óbitos por covid-19, ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e dados sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na cidade do Rio. Também foram avaliados fatores relativos ao distanciamento social e de mobilidade, capazes de medir o fluxo de pessoas em diversos locais, inclusive nas residências.
Publicidade
Os dados apontam que a variação na permanência em domicílio atingiu níveis mais elevados em abril de 2020, mas vinham apresentando queda desde maio do mesmo ano, alcançando estabilidade em torno de 10% a partir de agosto de 2020.
Em novembro, houve nova redução, registrando patamar inferior a 10% até fevereiro de 2021, quando foi observado um discreto aumento, voltando à variação média de 10%. A adoção de medidas mais restritivas a partir de 26 de março aumentou a variação, chegando a 20% no dia 2 de abril.
Publicidade
Nos locais de trabalho, ao longo de março, foi notada variação negativa, com maior magnitude no período das medidas restritivas, quando chegou próxima a -60%. Este nível foi alcançado também pela variação nas estações de transporte.
Houve variação negativa ainda mais elevada, em patamar próximo a -70%, para lojas e recreação, que se mantiveram fechadas no período. Os parques tiveram variação menor, alcançando valores próximos a -50%. Já as farmácias e mercearias, que por serem considerados serviços essenciais se mantiveram abertas no período de maior rigor da restrição, registraram variação positiva, com pico de até 30% ao final do período.