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O governo do estado do Rio soltou um decreto, válido até hoje, que permite a retomada às aulas presenciais em escolas particulares das Redes Pertencentes ao Sistema Estadual de Educação, o Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe). A decisão de receber os alunos fica por conta de cada instituição de ensino. De acordo com a situação epidemiológica de cada município, o funcionamento será híbrido, com a continuidade de aulas remotas e atendimento presencial máximo de 50% da capacidade da unidade de ensino.
Para Maria Fernanda Lamim, que vive a situação do ensino remoto nas duas pontas - como mãe e professora de teatro da rede municipal do 7º, 8º e 9º anos, um dos principais desafios que os mestres vêm enfrentando com as aulas remotas é chegar nos alunos. "Eles têm muitas limitações de equipamentos, internet e espaço", conta. A psicóloga Maria Cristina Urrutigaray explica que nesse período de isolamento, os pais precisaram lidar bastante com a depressão dos filhos, e que muitos estavam querendo mesmo que eles voltassem para a escola.
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"O que conta é a questão da socialização. Os filhos vinham frequentando escola de natação, escolinha de ginástica, skate. A gente não mora mais em casas com quintal", conta ela, recomendando que os pais sempre contem histórias para seus filhos, desenhem com eles e busquem incentivar a imaginação deles. "Que eles tenham bastante paciência porque é um período difícil. A criança pode até ser levada a um parquinho, para correr, mas a aglomeração é perigosa. Tem que usar máscara e álcool gel".
Coordenadora do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio), Izabel Costa diz ter ficado surpresa com a autorização da reabertura, e ressalta que os profissionais da rede estadual estão em greve pela vida, justamente pelo risco de contaminação. "Consideramos que essa questão é uma disputa política, não é mais uma disputa científica. A prefeitura do Rio precisa responder às demandas dos pais, que vêm expressando uma grande preocupação com a contaminação. Fazemos nossa parte, que é enviar denúncias à Secretaria de Educação toda semana", conta ela.