Manifestação contra medidas restritivas impostas pela prefeitura de Niterói
Manifestação contra medidas restritivas impostas pela prefeitura de NiteróiReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Karen Rodrigues*
Rio - Com o lema 'Queremos trabalhar', integrantes da Associação de Bares e Restaurantes de Niterói, junto com comerciantes de outros segmentos e funcionários, realizaram, nesta quarta-feira, mais uma manifestação contra as medidas restritivas contra a covid-19 decretadas pelo município. Manifestantes ocuparam uma das faixas da Avenida Marquês de Paraná, no bairro de Icaraí, em Niterói, Região Metropolitana, e reivindicaram a abertura do comércio, flexibilização do horário de funcionamento de bares e restaurantes e maior frota do transporte público para evitar que os funcionários tenham contato com aglomerações no caminho do trabalho.
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Bernardo Sampaio, de 37 anos, possui uma locadora de imóveis e foi convidado pela associação para apoiar o ato. Além de ser cliente dos bares e restaurantes, é amigo há mais de 20 anos de diversos donos desses comércios na cidade e disse que estão "todos juntos na luta pelo direito de trabalhar".
"Eu fui convidado para defender o setor de bares e restaurantes. Não teve ninguém falando de narrativas políticas, não houve repetições de narrativas. A frase que ficou frisada ali foi 'Queremos trabalhar', 'Meu emprego é essencial', essa foi a narrativa da manifestação. Não era uma manifestação lulista, não foi uma manifestação bolsonarista. Levamos máscaras para distribuir, todo mundo que subiu no carro para falar usou álcool em gel. A gente respeita os protocolos", disse.
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Em março de 2020, bares, restaurantes e todos os segmentos comerciais não essenciais ficaram fechados por 90 dias, devido ao lockdown decretado pelo município. A empresária Raquel Gomes, de 39 anos, disse que muitos comércios não sobreviveram ao fechamento total.
"No dia 1º de julho voltamos a funcionar com capacidade reduzida, apenas com 50%. Mesmo voltando a funcionar, nós não tínhamos esse público, porque as pessoas saíram desse lockdown receosas que tivessem uma segunda onda, então elas não consumiam. O varejo, o comércio em si, no geral, teve uma queda de 60% nesse período. Muitos empresários não sobreviveram no comércio e os que sobreviveram nem retornaram agora, porque não tem condições de voltar. Esses 19 dias parados agora foi suficiente para 'matá-los'", afirmou.
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A empresária é dona de três lojas de varejo de moda feminina e estava representando no ato todos os outros segmentos comerciais, como as academias, os jornaleiros e os cabeleireiros. Raquel explicou que os donos de bares e restaurantes têm uma pauta diferente dos outros setores, mas todos estavam juntos na manifestação pela abertura do comércio seguindo todos os protocolos.
"Os restaurantes têm uma pauta distinta, porque eles têm um horário definido. Eles querem maior horário de funcionamento, até às 23 horas. Nós queremos maiores rotas de transportes também".
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Na última segunda-feira (12), a Associação de Bares e Restaurantes realizou o primeiro protesto reivindicando a abertura do comércio não essencial. Eles ocuparam uma das faixas da Avenida Roberto Silveira, no bairro de Icaraí, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Procurada, a Prefeitura de Niterói ainda não se posicionou sobre a manifestação.
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Engarrafamento em Niterói
Além da manifestação ter causado transtorno no trânsito da cidade, um longo engarrafamento se formou, na manhã desta quarta-feira, na BR-101, na pista sentido Niterói, por conta das barreiras sanitárias instaladas em diversos pontos do município. O congestionamento chegou a 12 Km desde São Gonçalo até a entrada da Avenida Jansen de Mello.
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Agentes da Guarda Municipal e da Nittrans passam a atuar, a partir desta quarta-feira, em quatro barreiras sanitárias, localizadas em pontos estratégicos. Os agentes estão abordando veículos e verificando o uso de máscaras e fazendo a medição da temperatura de quem acessa a cidade. Caso algum ocupante do veículo apresente temperatura acima de 37,5ºC, será encaminhado para atendimento médico em unidades municipais, o que não ocorreu até o momento, segundo a Prefeitura. Operadores de trânsito orientam o tráfego nos locais próximos às barreiras. 
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes