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Dez delegacias do DGPE, com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), realizaram 84 operações da força-tarefa, desde 14 de outubro. As ações geraram um prejuízo bilionário aos milicianos Ecko, Tandera e Macaquinho.
Desde sua criação, a milícia costuma trabalhar com táticas de extorsão de comerciantes e moradores da região onde atuam. Mas, durante as investigações da força-tarefa, as especializadas se surpreenderam com novas atividades da organização criminosa, além das já tradicionais, como a exploração do transporte alternativo, provedores de internet e TV a cabo, e venda de gás e água.

"Começamos a nos deparar com algumas coisas mais inusitadas, como empresas que instalam GNV em veículos, desmanches de vans, onde eles pegam peças de vans de outros segmentos que são roubadas e usam para manutenção da frota que circula na Zona Oeste do Rio", disse Curi.

O delegado ainda citou outras novas atividades que os paramilitares cometem para aumentar sua fonte de renda.

"Eles também têm fábrica clandestina de bebidas, onde falsificam e adulteram, depois vendem nos estabelecimentos da área da milícia, nos bares e restaurantes, que são obrigados a comprar com eles e ainda tem que pagar a taxa de segurança para funcionar. A milícia também está se aproveitando de venda de cigarros clandestinos, eles contrabandeiam e colocam para vender nos locais que exploram", explicou.
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Mirando às construções clandestinas da milícia, quatro obras de prédios, na Zona Oeste do Rio, foram interditadas, o que causou um débito de R$ 45 milhões. Os milicianos exploravam, inclusive, areais e pedreiras, segundo a polícia.

"Claro que é importante prender. Mas não adianta você só tirar essas pessoas de circulação, e deixar o cara com dinheiro, a organização continuar a pleno vapor com sua atividade financeira, temos que bater onde ele ganha dinheiro, eles trabalham como uma empresa", falou o diretor do DGPE.

Outro grande prejuízo foi dado com a apreensão de 620 unidades de TV Box. "Além de vender os aparelhos, que são pontos de TV a cabo, eles ainda lucravam com a mensalidade cobrada ilegalmente para se ter acesso ao conteúdo dos canais fechados. Só essas apreensões geraram um prejuízo para a milícia de cerca de R$ 800 milhões", garantiu Felipe Curi.