PF deflagra a Operação Tempestade para desarticular núcleo financeiro responsável por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas
PF deflagra a Operação Tempestade para desarticular núcleo financeiro responsável por lavagem de dinheiro do tráfico de drogasDivulgação/Polícia Federal
Por O Dia
Rio - A Polícia Federal, com apoio do Departamento Penitenciário (DEPEN), deflagrou, na manhã desta segunda-feira (3), a Operação Tempestade, segunda fase da Operação Rei do Crime, para desarticular o núcleo financeiro responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção. Já foram cumpridos cinco mandados de prisão, sendo quatro prisões preventivas e uma temporária. Estão sendo cumpridos 22 mandados de busca e apreensão distribuídos pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. As buscas estão sendo cumpridas em residências, empresas e dois escritórios de advocacia.
O núcleo financeiro identificado pela Polícia Federal atuava em benefício de facção criminosa e atualmente vinha desenvolvendo atividades voltadas à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção, tendo como modus operandi a entrega física de valores a suspeitos de práticas ilícitas, que eram os beneficiários dos saques em espécies.
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"Esse grupo atuava como banco do crime. Alguns casos tem contato com servidores públicos. O destino do dinheiro só nessa segunda fase da operação, com apreensão dos celulares, que a gente vai compreender a dimensão desses beneficiários", disse o Delegado e Diretor da Polícia Federal, Dr. Rodrigo de Campos Costa.
A asfixia financeira como meta de descapitalização possibilitou a identificação, localização e sequestro de valores no valor aproximado de R$ 30 milhões, composto em imóveis, veículos e interdição de seis empresas, assim como o bloqueio de valores em contas das pessoas físicas e jurídicas no limite de mais de R$ 225,7 milhões.
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Segunda informações fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), o grupo investigado realizou operações financeiras atípica superior a R$ 700 milhões.
A investigação apontou ainda um esquema de abertura de empresas fictícias, que eram utilizadas como “cortina de fumaça” para a realização de depósitos de valores em uma instituição financeira de “fachada”, cujo papel no esquema era providenciar os saques dos valores e posterior entrega, em espécie, a terceiros com indícios de envolvimento em atividades ilícitas.
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"As pessoas que foram presas, a gente identifica na investigação que elas são intermediárias do dinheiro, elas entregavam o dinheiro fisicamente, algo em torno de R$ 10 milhões em entrega física. É uma lavagem clássica de dinheiro. A gente vai ter que analisar agora o tipo de contrato, o tipo de prestação de serviço, identificar qual tipo de relação esses beneficiários tem", afirmou o delegado.
Ao longo da investigação, de aproximadamente um ano, foram identificados alvos antigos de operações da Polícia Federal, como a Operação Navalha, Operação Prato Feito e Operação Zelotes. A investigação tramita na 6ª. Vara Criminal Federal de São Paulo, segunda fase da Operação Rei do Crime.