Durante a aplicação das primeiras unidades da Pfizer, o secretário da saúde, Daniel Soranz orientou a população que não tivesse "preferência" por nenhuma vacina. "Todas as vacinas protegem contra casos graves e óbitos por covid-19, então recomendamos que ninguém fique escolhendo vacina na unidade, tome o que tiver, se você estiver elegível e no seu momento de se vacinar, se imunize logo", afirmou.
O DIA procurou especialistas sobre o assunto, que reforçaram a segurança e a eficácia de todos os imunizantes oferecidos atualmente.
Estão disponíveis no país as vacinas CoronaVac, produzida no Instituto Butantan; Oxford/AstraZeneca, fabricadas na Fiocruz e agora a Pfizer/BioNTech, obtida através do Ministério da Saúde.
Segundo a médica geriatra e psiquiatra Roberta França, todas as doses de vacinas disponíveis no país se mostraram muito eficazes contra a covid-19.
"O que sabemos pelos estudos é que caso os pacientes tenham a doença, ela será de forma muito mais branda. Não vimos nos estudos os pacientes agravarem e necessitar de intubação após a vacina, então ela protege principalmente contra as formas graves e sobretudo em relação a internação em CTI, intubação e casos graves. O que temos hoje é que nos lugares onde a vacinação avançou o índice de internação de formas mais fortes da covid-19 reduziu de maneira muito drástica", ressaltou.
A médica também reforçou a fala do secretário da saúde e disse que a população deve tomar a vacina que estiver disponível, mas alertou a respeito do intervalo entre as doses.
"Não podemos escolher a vacina, mas sim tomar o que está disponível. O mais importante neste momento é que a população seja imunizada, esse é o nosso foco. Se é AstraZeneca, CoronaVac ou Pfizer não importa. O que devemos considerar é que a população tenha acesso a vacinação e consiga as duas doses, que os estudos mostram que efetivamente trará a imunidade correta e adequada para cada paciente. Todos devem ter acesso ao imunizante e que o processo seja feito dentro do intervalo recomendado pelo fabricante", comentou.
"Todas elas têm um papel fundamental, são a principal ferramenta para se controlar a pandemia com eficácias diferentes mas absolutamente todas são seguras, conforme os estudos, conforme o uso mundial e elas seguem evitando as formas mais graves e complicações da doença. O que já pode ser visto em outros lugares no mundo e até aqui, onde nós começamos a vacinar os mais vulneráveis é uma diminuição no número de idosos internados e complicações decorrentes da covid-19 para quem já recebeu vacina", afirmou.
A pesquisadora reforçou que receber qualquer um dos imunizantes seria equivalente a receber um prêmio e que todos os países do mundo estão em busca das vacinas presentes. Por isso, para cada pessoa que seja convocada, o recomendado é receber o imunizante sem ter preferência sobre nenhum fabricante.