Nova remessa da Pfizer/BioNTech desembarcou no aeroporto do Galeão na noite de ontem
Nova remessa da Pfizer/BioNTech desembarcou no aeroporto do Galeão na noite de ontemReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Jorge Costa*
Rio - As doses da vacina Pfizer/BioNTech começaram a ser aplicadas, nesta terça-feira, pela primeira vez no Rio. A prefeitura distribuiu 46,8 mil doses do novo imunizante em 250 pontos da cidade, contemplando pessoas de 55 anos com comorbidades, grávidas e puérperas que também tenham histórico de doenças crônicas. O município seguiu a orientação do Ministério da Saúde de não reservar nenhuma unidade neste momento para a segunda dose, que está prevista para acontecer apenas em 12 semanas, prazo maior do que o preconizado pelo laboratório de 21 dias.

Durante a aplicação das primeiras unidades da Pfizer, o secretário da saúde, Daniel Soranz orientou a população que não tivesse "preferência" por nenhuma vacina. "Todas as vacinas protegem contra casos graves e óbitos por covid-19, então recomendamos que ninguém fique escolhendo vacina na unidade, tome o que tiver, se você estiver elegível e no seu momento de se vacinar, se imunize logo", afirmou.

O DIA procurou especialistas sobre o assunto, que reforçaram a segurança e a eficácia de todos os imunizantes oferecidos atualmente.

Estão disponíveis no país as vacinas CoronaVac, produzida no Instituto Butantan; Oxford/AstraZeneca, fabricadas na Fiocruz e agora a Pfizer/BioNTech, obtida através do Ministério da Saúde.

Segundo a médica geriatra e psiquiatra Roberta França, todas as doses de vacinas disponíveis no país se mostraram muito eficazes contra a covid-19.

"O que sabemos pelos estudos é que caso os pacientes tenham a doença, ela será de forma muito mais branda. Não vimos nos estudos os pacientes agravarem e necessitar de intubação após a vacina, então ela protege principalmente contra as formas graves e sobretudo em relação a internação em CTI, intubação e casos graves. O que temos hoje é que nos lugares onde a vacinação avançou o índice de internação de formas mais fortes da covid-19 reduziu de maneira muito drástica", ressaltou.

A médica também reforçou a fala do secretário da saúde e disse que a população deve tomar a vacina que estiver disponível, mas alertou a respeito do intervalo entre as doses.

"Não podemos escolher a vacina, mas sim tomar o que está disponível. O mais importante neste momento é que a população seja imunizada, esse é o nosso foco. Se é AstraZeneca, CoronaVac ou Pfizer não importa. O que devemos considerar é que a população tenha acesso a vacinação e consiga as duas doses, que os estudos mostram que efetivamente trará a imunidade correta e adequada para cada paciente. Todos devem ter acesso ao imunizante e que o processo seja feito dentro do intervalo recomendado pelo fabricante", comentou.
A pesquisadora em saúde e membro do comitê de combate ao coronavírus da UFRJ, Chrystina Barros, mencionou que a chegada das vacinas devem ser comemoradas independente do fabricante e que todas elas são eficazes contra a doença.

"Todas elas têm um papel fundamental, são a principal ferramenta para se controlar a pandemia com eficácias diferentes mas absolutamente todas são seguras, conforme os estudos, conforme o uso mundial e elas seguem evitando as formas mais graves e complicações da doença. O que já pode ser visto em outros lugares no mundo e até aqui, onde nós começamos a vacinar os mais vulneráveis é uma diminuição no número de idosos internados e complicações decorrentes da covid-19 para quem já recebeu vacina", afirmou.

A pesquisadora reforçou que receber qualquer um dos imunizantes seria equivalente a receber um prêmio e que todos os países do mundo estão em busca das vacinas presentes. Por isso, para cada pessoa que seja convocada, o recomendado é receber o imunizante sem ter preferência sobre nenhum fabricante.
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*Estagiário sob supervisão de Thiago Antunes