Iago Miguel gostava de cavalosReprodução

Por Thuany Dossares
Rio - A Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) investiga se o mototaxista Iago Miguel da Silveira, de 24 anos, foi assassinado por traficantes um dia antes de sua moto ser apreendida por policiais militares. Inicialmente, familiares da vítima contaram que ele foi visto pela última vez ao ser colocado numa viatura do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (Recom), durante uma abordagem num posto de combustível.

O jovem desapareceu no dia 8 de junho e foi encontrado morto no dia 16, em Marambaia, Itaboraí. De acordo com a perícia, ele estava enterrado, numa comunidade que é controlada pela facção Comando Vermelho (CV).

Iago saiu de casa, no bairro Jardim Moraes, para levar um passageiro na comunidade do BNH, e depois teria ido abastecer a moto, em Marambaia. Segundo uma tia do rapaz, testemunhas contaram a ela que ele foi colocado numa viatura do Recom e que um PM acompanhou o carro da polícia pilotando a moto de Iago.

Os familiares então resolveram procurar a Polícia Civil e foram informados que o veículo foi apreendido na 74ª DP (Alcântara) no dia 9 de junho, um dia depois do mototaxista sumir. No termo de declaração, os militares informaram que eles tinham trocado tiros com uma dupla que estava na moto, na rodovia Niterói - Manilha (BR 101). Entretanto, os suspeitos teriam conseguido escapar correndo por uma área de mata, de acordo com os PMs.

"A gente está tentando descobrir mais informações sobre o desaparecimento dele. Pode ser que ele tenha sido morto ainda no dia 8. A apreensão da moto dele só aconteceu no dia seguinte, na 74ª DP", explicou o delegado Leonardo Affonso, responsável pelo caso.

Os agentes da DH apreenderam imagens de câmeras de segurança do posto de combustíveis citado pelos familiares de Iago e não descartam a possibilidade de intimar os PMs para prestar esclarecimentos. Segundo o delegado, nenhuma linha de investigação está descartada e todas as possibilidades estão sendo apuradas. 
Até o momento, cinco pessoas já foram ouvidas pela Polícia Civil, entre elas, duas familiares da vítima.  Segundo a apuração policial, o mototaxista não tinha nenhum envolvimento com atividades criminosas.