Publicado 30/06/2021 14:01 | Atualizado 30/06/2021 14:28
Rio - Um balanço divulgado pelo Fogo Cruzado, nesta quarta-feira, mostrou um aumento nos índices de violência armada em Niterói, na Região Metropolitana. Só no mês de maio foram 35 tiroteios, em março 19, e em abril 25. A entidade destacou que se observam diversos embates nas favelas da região pelas disputas de territórios entre o Terceiro Comando Puro e o Comando Vermelho. O número de tiroteios foi a 67%, sendo o Morro do Estado o local mais afetado, com cinco tiroteios.
Ainda segundo o estudo, houve um aumento de 500% no número de tiroteios/disparos de arma de fogo em comparação ao mesmo mês no ano passado. Foram contabilizadas 30 ocorrências do tipo neste mês, enquanto no mesmo período em 2020 foram registrados cinco.
No primeiro mês da ADPF 635, medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibia ações nas comunidades, em vigor em junho de 2020, não houve registro de disparos envolvendo agentes. Em compensação, 14 registros se deram neste mês No total, há 18 baleados em Niterói até o fim de junho e em junho de 2020, só houve uma vítima.
Junho em dados
O Fogo Cruzado mapeou 381 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio neste mês, nos quais em 26% deles, o equivalente a 98 ocorrências, houve presença de agentes de segurança. No mesmo mês do ano passado, foram 323 tiroteios e em 46 deles houve agentes envolvidos. Na prática, 1 em cada 4 disparos foi feito por agentes de segurança em 2021, enquanto em 2020 a média foi de 1 em cada 7.
No balanço do mês, 136 pessoas foram baleadas no Grande Rio, 72 morreram e 64 ficaram feridas. O número de mortos e de feridos foi 41% e 45% maior que o mesmo período de 2020, quando 51 pessoas morreram e 44 ficaram feridas.
Em comparação a maio, com 479 registros, junho registrou queda de 20% no número de tiroteios/disparos de arma de fogo. Caiu em 27% o número de mortos e 3% o de feridos. No mês anterior foram 99 mortos e 66 feridos.
Entre os dias mais afetados pela violência armada, o 1º de junho foi o maior com 21 casos de tiroteios/disparos de arma de fogo. O dia 9 teve mais mortos (6) e o dia 29, mais feridos (11).
Veja os locais afetados pela violência armada
Rio de Janeiro: 207 tiroteios, 28 mortos e 27 feridos
São Gonçalo: 53 tiroteios, 6 mortos e 25 feridos
Niterói: 30 tiroteios, 10 mortos e 8 feridos
Duque de Caxias: 21 tiroteios e 6 mortos
Belford Roxo: 17 tiroteios e 3 mortos
A cidade do Rio concentrou mais da metade dos tiroteios acumulados em toda a Região Metropolitana do estado neste mês (381).
Os bairros mais violentos da Região Metropolitana foram:
Vila Kennedy: 14 tiroteios
Realengo: 13 tiroteios e 1 morto
Praça Seca: 12 tiroteios e 1 ferido
Olavo Bilac, em Duque de Caxias: 10 tiroteios e 2 mortos
Santa Cruz: 9 tiroteios e 1 ferido
Das seis regiões que compõem o Grande Rio, a Zona Norte concentrou 27% dos tiroteios/disparos de arma de fogo mapeados em junho (381). A Baixada Fluminense registrou 33% das mortes e o Leste Metropolitano 52% dos feridos.
Zona Norte: 102 tiroteios, 13 mortos e 17 feridos
Leste Metropolitano: 94 tiroteios, 20 mortos e 33 feridos
Zona Oeste: 88 tiroteios, 10 mortos e 8 feridos
Baixada Fluminense: 80 tiroteios, 24 mortos e 4 feridos
Centro: 10 tiroteios e 1 ferido
Zona Sul: 7 tiroteios, 5 mortos e 1 ferido
Dos 302 tiroteios/disparos de arma de fogo da Região Metropolitana, 37 deles foram em áreas com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Pelo menos em 12 casos havia agentes de segurança nos locais, 7 moradores morreram e 5 ficaram feridos. As áreas mais afetadas foram:
Complexo do Alemão: 6 tiroteios e 1 ferido
Andaraí: 6 tiroteios
Complexo da Penha: 5 tiroteios 3 mortos e 1 ferido
Chapéu Mangueira/Babilônia: 3 tiroteios e 4 mortos
Jacarezinho: 3 tiroteios
A cara da violência armada
Em junho deste ano, aconteceram 4 chacinas na Região Metropolitana do Rio, que deixaram 13 mortos. Em 3 das 4 chacinas havia a presença de agentes de segurança. Na comparação com o mesmo período de 2020, houve aumento de 33% nas chacinas, quando foram registrados 3 casos, e 8% no número de mortos, que teve 12 - mas sem participação de agentes de segurança.
O balanço mostra que 14 agentes de segurança foram baleados e 6 morreram (3 em serviço, 2 fora de serviço e 1 aposentado/exonerado), 8 ficaram feridos (6 em serviço, 1 fora de serviço e 1 era aposentado/exonerado). O número de agentes baleados subiu 75%, se comparado a junho do ano passado. Em 2020, 8 foram baleados, 6 morreram (2 em serviço, 3 fora de serviço e 1 era aposentado/exonerado) e 2 ficaram feridos (todos fora de serviço).
Neste mês, na Região Metropolitana do Rio, 8 pessoas foram vítimas de bala perdida: 2 morreram. Os dados mostram que 6 das vítimas foram atingidas em situações envolvendo agentes de segurança. Uma das mortes foi da decoradora de interiores, Kathlen Romeu, de 24 anos, grávida de 14 semanas do seu primeiro filho. A jovem foi morta a tiros durante uma ação policial no Complexo do Lins, em Lins de Vasconcelos, quando foi visitar a avó no dia 8. Em junho de 2020, 6 pessoas foram vítimas de bala perdida: 1 morreu. Das 6 vítimas, 5 foram atingidas em situações em que havia agentes de segurança envolvidos.
No Grande Rio, 4 adolescentes (com idade entre 12 anos e 17 anos) foram baleados este mês: 2 deles morreram. 3 idosos (de mais de 60 anos) também foram baleados: 1 deles morreu. No mesmo período do ano passado, 4 crianças (menores de 12 anos) e 4 idosos foram baleados: todas as crianças e metade dos idosos morreram. Entre os atingidos de 2021, o adolescente Thiago Santos Conceição, de 16 anos, que foi morto dentro de casa, no dia 18. Apesar do Estado negar, ele foi alvejado durante uma operação que contava com apoio da Polícia Militar no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
Acumulado do ano
O relatório aponta para um avanço da violência na Região Metropolitana do Rio na comparação entre o último ano. Um aumento de 7% nos tiroteios,14% no número de pessoas mortas e 3% no de pessoas feridas.
De janeiro a junho de 2021, foram 2.777 tiroteios/disparos de arma de fogo que deixaram 1.131 pessoas baleadas: 591 mortas e 540 feridas. No mesmo período de 2020, foram 2.604 tiroteios com 518 mortes e 523 feridos.
No primeiro mês da ADPF 635, medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibia ações nas comunidades, em vigor em junho de 2020, não houve registro de disparos envolvendo agentes. Em compensação, 14 registros se deram neste mês No total, há 18 baleados em Niterói até o fim de junho e em junho de 2020, só houve uma vítima.
Junho em dados
O Fogo Cruzado mapeou 381 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio neste mês, nos quais em 26% deles, o equivalente a 98 ocorrências, houve presença de agentes de segurança. No mesmo mês do ano passado, foram 323 tiroteios e em 46 deles houve agentes envolvidos. Na prática, 1 em cada 4 disparos foi feito por agentes de segurança em 2021, enquanto em 2020 a média foi de 1 em cada 7.
No balanço do mês, 136 pessoas foram baleadas no Grande Rio, 72 morreram e 64 ficaram feridas. O número de mortos e de feridos foi 41% e 45% maior que o mesmo período de 2020, quando 51 pessoas morreram e 44 ficaram feridas.
Em comparação a maio, com 479 registros, junho registrou queda de 20% no número de tiroteios/disparos de arma de fogo. Caiu em 27% o número de mortos e 3% o de feridos. No mês anterior foram 99 mortos e 66 feridos.
Entre os dias mais afetados pela violência armada, o 1º de junho foi o maior com 21 casos de tiroteios/disparos de arma de fogo. O dia 9 teve mais mortos (6) e o dia 29, mais feridos (11).
Veja os locais afetados pela violência armada
Rio de Janeiro: 207 tiroteios, 28 mortos e 27 feridos
São Gonçalo: 53 tiroteios, 6 mortos e 25 feridos
Niterói: 30 tiroteios, 10 mortos e 8 feridos
Duque de Caxias: 21 tiroteios e 6 mortos
Belford Roxo: 17 tiroteios e 3 mortos
A cidade do Rio concentrou mais da metade dos tiroteios acumulados em toda a Região Metropolitana do estado neste mês (381).
Os bairros mais violentos da Região Metropolitana foram:
Vila Kennedy: 14 tiroteios
Realengo: 13 tiroteios e 1 morto
Praça Seca: 12 tiroteios e 1 ferido
Olavo Bilac, em Duque de Caxias: 10 tiroteios e 2 mortos
Santa Cruz: 9 tiroteios e 1 ferido
Das seis regiões que compõem o Grande Rio, a Zona Norte concentrou 27% dos tiroteios/disparos de arma de fogo mapeados em junho (381). A Baixada Fluminense registrou 33% das mortes e o Leste Metropolitano 52% dos feridos.
Zona Norte: 102 tiroteios, 13 mortos e 17 feridos
Leste Metropolitano: 94 tiroteios, 20 mortos e 33 feridos
Zona Oeste: 88 tiroteios, 10 mortos e 8 feridos
Baixada Fluminense: 80 tiroteios, 24 mortos e 4 feridos
Centro: 10 tiroteios e 1 ferido
Zona Sul: 7 tiroteios, 5 mortos e 1 ferido
Dos 302 tiroteios/disparos de arma de fogo da Região Metropolitana, 37 deles foram em áreas com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Pelo menos em 12 casos havia agentes de segurança nos locais, 7 moradores morreram e 5 ficaram feridos. As áreas mais afetadas foram:
Complexo do Alemão: 6 tiroteios e 1 ferido
Andaraí: 6 tiroteios
Complexo da Penha: 5 tiroteios 3 mortos e 1 ferido
Chapéu Mangueira/Babilônia: 3 tiroteios e 4 mortos
Jacarezinho: 3 tiroteios
A cara da violência armada
Em junho deste ano, aconteceram 4 chacinas na Região Metropolitana do Rio, que deixaram 13 mortos. Em 3 das 4 chacinas havia a presença de agentes de segurança. Na comparação com o mesmo período de 2020, houve aumento de 33% nas chacinas, quando foram registrados 3 casos, e 8% no número de mortos, que teve 12 - mas sem participação de agentes de segurança.
O balanço mostra que 14 agentes de segurança foram baleados e 6 morreram (3 em serviço, 2 fora de serviço e 1 aposentado/exonerado), 8 ficaram feridos (6 em serviço, 1 fora de serviço e 1 era aposentado/exonerado). O número de agentes baleados subiu 75%, se comparado a junho do ano passado. Em 2020, 8 foram baleados, 6 morreram (2 em serviço, 3 fora de serviço e 1 era aposentado/exonerado) e 2 ficaram feridos (todos fora de serviço).
Neste mês, na Região Metropolitana do Rio, 8 pessoas foram vítimas de bala perdida: 2 morreram. Os dados mostram que 6 das vítimas foram atingidas em situações envolvendo agentes de segurança. Uma das mortes foi da decoradora de interiores, Kathlen Romeu, de 24 anos, grávida de 14 semanas do seu primeiro filho. A jovem foi morta a tiros durante uma ação policial no Complexo do Lins, em Lins de Vasconcelos, quando foi visitar a avó no dia 8. Em junho de 2020, 6 pessoas foram vítimas de bala perdida: 1 morreu. Das 6 vítimas, 5 foram atingidas em situações em que havia agentes de segurança envolvidos.
No Grande Rio, 4 adolescentes (com idade entre 12 anos e 17 anos) foram baleados este mês: 2 deles morreram. 3 idosos (de mais de 60 anos) também foram baleados: 1 deles morreu. No mesmo período do ano passado, 4 crianças (menores de 12 anos) e 4 idosos foram baleados: todas as crianças e metade dos idosos morreram. Entre os atingidos de 2021, o adolescente Thiago Santos Conceição, de 16 anos, que foi morto dentro de casa, no dia 18. Apesar do Estado negar, ele foi alvejado durante uma operação que contava com apoio da Polícia Militar no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
Acumulado do ano
O relatório aponta para um avanço da violência na Região Metropolitana do Rio na comparação entre o último ano. Um aumento de 7% nos tiroteios,14% no número de pessoas mortas e 3% no de pessoas feridas.
De janeiro a junho de 2021, foram 2.777 tiroteios/disparos de arma de fogo que deixaram 1.131 pessoas baleadas: 591 mortas e 540 feridas. No mesmo período de 2020, foram 2.604 tiroteios com 518 mortes e 523 feridos.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.