Publicado 19/07/2021 09:29 | Atualizado 19/07/2021 14:53
Rio - Uma mulher foi presa em flagrante, na última quarta-feira (14), sob a suspeita de exercer de forma ilegal a função de médica em um hospital particular em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ela usava registro profissional no nome de outra médica e atuava a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Prontonil.
A médica verdadeira, Bruna Carolina Rodrigues, foi quem fez o flagrante, após ser alertada que seu nome estava sendo usado em outro hospital. Ela gravou um vídeo e divulgou para denunciar a falsa médica. A mulher que exercia o serviço ilegal foi identificada como Bruna Carla de Oliveira Sozim.
"Aqui pessoal, falsa médica se passando por mim. Usando meu CRM no hospital particular Prontonil. Vê se isso pode, numa UTI particular, médica falsa. Eu tive que sair lá do meu trabalho, do Hospital São José, de Caxias (Duque de Caxias) pra cá, por denúncia anônima", diz a médica verdadeira.
Funcionários do Prontonil revelaram que a falsa médica era responsável por duas unidades de terapia intensiva do hospital.
Em nota, a Polícia Civil disse que as investigações são da 52ª DP (Nova Iguaçu). Bruna Sozim responde pelos crimes de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina. O delegado responsável pelo caso, Celso Gustavo Castello, disse que as investigações estão em andamento.
"Investigações seguem em andamento para apurar outras infrações e/ou envolvimento de outras pessoas".
A falsa médica foi ganhou liberdade provisória em audiência de custódia. A juiz entendeu que os crimes praticados por ela foram "perpetrados sem grave ameaça ou violência". Além disso, ele a classificou como "ré primária".
A defesa de Bruna Sozim disse à polícia que a moça se formou em medicina no exterior e que aguardada a validação do diploma no Brasil. Os advogados reforçaram que ela estava atuando há duas semanas como médica após ser chamada, através de um ato de chamamento para combater a pandemia da Covid-19.
Em depoimento à Polícia Civil, um dos diretores do Hospital Plantonil disse que após ter sido descoberta, a falsa médica alegou que seu diploma é de uma universidade boliviana e que ainda não passou pela prova do Revalida para atuar no país.
O Revalida é uma prova para pessoas formadas fora do Brasil que acontece anualmente. O candidato passa por duas etapas: a eliminatória e a prática. Ao passar em ambas as etapas, conseguirá ter o seu diploma reconhecido no Brasil.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) explicou que casos relacionados à atuação de falsos médicos são criminosos e devem ser investigados pela Polícia. "O Cremerj reforça a importância da verificação da documentação antes de realizar qualquer tipo de contratação, seja para atuar na rede pública ou privada".
"Devido ao aumento de casos este ano sobre pessoas se passando por médicos, o Cremerj iniciou uma campanha, no mês passado, alertando aos médicos para se atentarem quanto ao seu CRM e quais providências deverão ser tomadas, se suspeitarem de alguma irregularidade. O Conselho também firmou este ano parceria com a Delegacia do Consumidor (Decon). Vale lembrar que todos os profissionais inscritos no Cremerj podem ser verificados no site www.cremerj.org.br , na área Encontre um Médico. Também é possível denunciar casos de exercício ilegal da medicina, acessando o Portal da Defesa Médica, no mesmo site".
"Devido ao aumento de casos este ano sobre pessoas se passando por médicos, o Cremerj iniciou uma campanha, no mês passado, alertando aos médicos para se atentarem quanto ao seu CRM e quais providências deverão ser tomadas, se suspeitarem de alguma irregularidade. O Conselho também firmou este ano parceria com a Delegacia do Consumidor (Decon). Vale lembrar que todos os profissionais inscritos no Cremerj podem ser verificados no site www.cremerj.org.br , na área Encontre um Médico. Também é possível denunciar casos de exercício ilegal da medicina, acessando o Portal da Defesa Médica, no mesmo site".
O DIA entrou em contato com a direção do Hospital Prontonil, que disse ter sido vítima, assim como a médica Bruna Carolina Rodrigues.
Em nota, a direção do Prontonil disse que no início de julho contratou um coordenador médico responsável pela contratação de novos médicos.
"Informamos ainda que a 'Bruna Carla de Oliveira Sozim' não era coordenadora do CTI, nem atuava diretamente em conduta médica, uma vez que, a mesma era somente plantonista, e que, nos atendimentos em CTI, quem toma conduta médica é o Coordenador e o Médico rotina, por ser profissionais que tem acesso todos os dias em todos os pacientes, o que não acontece com os médicos plantonistas, que nesse caso, só atuam em intercorrências chamando os rotinas e coordenadores para adotarem a medicas corretas cabíveis em cada caso. Reiteramos que todas medidas legais cabíveis já foram tomadas, com queixa crime contra o Médico Coordenador e intensificamos a entrada de todos os médicos do Hospital com acesso eletrônico e digitais".
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