Publicado 14/08/2021 15:31
Rio - A vendedora ambulante Priscila Carmo, morta por um tiro durante um confronto entre policiais e traficantes no Complexo do Chapadão, na quinta-feira (12), foi enterrada no início da tarde deste sábado (14), no Cemitério de Inhaúma. A família acusa um policial militar de tê-la confundido com um traficante.
Segundo testemunhas, Priscila saída da padaria quando foi atingida por um tiro nas costas. Ao DIA, a tia da vítima, Sandra Simone, afirmou que no local não havia bandidos e nem outras pessoas além de sua sobrinha. "Foi um simples policial que apareceu e deu um tiro nas costas da minha sobrinha. Matou uma mãe de família, trabalhadora. Seja lá o que for, cada um tem o direito de viver sua vida, ninguém tem direito de impedir", desabafou.
"Eles não deixaram ninguém socorrê-la. Um policial saiu correndo, não deixou ninguém chegar perto, a irmã dela chegou para socorrer e ele não deixou, pediu o documento dela. Ela foi em casa buscar o documento, foi quando ele botou ela [a Priscila] dentro do carro [viatura] e levou para o hospital. Chegou lá dizendo que ela era traficante. Mentira deslavada, todo mundo lá conhece a menina, foi nascida e criada lá, era uma boa mãe", narrou Sandra Simone.
Ainda segundo a tia, Priscila trabalhava para sustentar seus dois filhos, um menino de 8 anos e uma adolescente de 15. Sandra sustentou ainda que o policial atirou por achar que Priscila era um traficante, por estar vestindo um casaco preto com capuz. "Então quer dizer que na comunidade ninguém pode mais usar o casaco preto de capuz que eles pegam e matam?", questionou.
A PM informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada para registro do caso. "Em paralelo às investigações da Polícia Civil, o comando do 41º BPM instaurou um Inquérito Policial Militar para averiguar as circunstâncias do fato", informou a corporação. A DH fez perícia na região e busca imagens de câmeras que possam ajudar a esclarecer o caso.
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