Publicado 02/09/2021 14:59
Rio - O evento-teste anunciado pelo prefeito Eduardo Paes em junho como um "carnaval fora de época" em setembro na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, segue formalmente sem previsão de acontecer. No entanto, uma ação em menor escala para fins de pesquisa sobre o comportamento da covid-19 ainda poderá ser realizada na ilha,sem data definida. A maior parte dos moradores já havia se posicionado contra qualquer comemoração de grande escala mas, segundo a associação de moradores local, celebrações poderão ser feitas desde que o espaço seja estrito e controlado para fins de estudo.
O diretor da associação de moradores da Ilha de Paquetá (Morena), Guto Pires, afirmou que na época do anúncio do "carnaval fora de época”, houve unanimidade dos moradores contra a decisão. Ele explicou que uma reunião das lideranças com as autoridades sanitárias do município será marcada em menos de duas semanas para discutir sobre a atualização dos resultados das pesquisas que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está implementando na ilha.
"Quando aconteceu esse anúncio a população foi absolutamente unânime em ser contra. Foi uma voz só. Isso já é uma página virada e a gente mantém contato com os pesquisadores da Fiocruz e o secretário municipal da Saúde, Daniel Soranz, e eles também consideram o mesmo. Temos conversa marcada daqui há menos de 15 dias a fim de fazer um balanço da pesquisa e ver as próximas etapas, então a questão do carnaval já ficou para trás", afirmou.
Pires explicou que apesar do Carnaval ser uma "página virada", existe a possibilidade de que seja agendado, mas ainda sem previsão, um evento em menor escala para fins de pesquisa sobre a covid-19.
"O que terá que acontecer é um evento teste. Isso daí pode ser qualquer coisa, entendeu? A gente vai estar discutindo isso com a Secretaria Municipal de Saúde e a Fiocruz. A população da ilha toda foi vacinada e agora pode ser feito um acompanhamento da volta de algumas atividades que antes eram impedidas. É uma experiência totalmente controlada. Todo mundo que participar estará cadastrado, com o exame sorológico da pessoa de conhecimento da pesquisa, aí será feito ainda um outro exame sorológico da mesma pessoa depois do evento", explicou.
Em nota, a Fiocruz orientou que a Secretaria Municipal de Saúde fosse procurada para responder sobre a possibilidade da realização de eventos para fins científicos.
O DIA procurou por telefone a assessoria de imprensa da secretaria na manhã desta quinta-feira (2). A pasta confirmou que ainda não há uma definição sobre o que será feito em Paquetá.
Opinião dos moradores
Os moradores da ilha se mantém contrários a realização de eventos sem controle, mas admitem a possibilidade de uma ação que tenha um efetivo controle de segurança. A advogada autônoma Sheila Ribeiro de Lima, de 49 anos, vive na ilha e foi questionada sobre uma possível ação de maior escala. Ela respondeu ser totalmente contra a qualquer medida que envolva grandes eventos considerando o momento que o município atravessa na pandemia.
"Sou totalmente contra qualquer evento nesse momento que estamos atravessando, principalmente em virtude da nova variante Delta, do aumento de casos de idosos se internando, da ausência de vacinas, dos transportes sempre cheios, enfim, seria um retrocesso no meu pensamento ter vacinado os moradores e expor os mesmos moradores a esse tipo de evento (carnaval), pois por mais que façam em um local fechado, várias pessoas viriam para a Ilha, o que expõe todos e a população idosa aqui é bem considerável", afirmou.
A funcionária pública Sandra Paredes também foi questionada sobre o assunto e respondeu ser favorável desde que a ação seja controlada. Ela ponderou, contudo, que considera difícil fazer algum evento sem a presença de turistas.
"Aqui está uma desgraceira danada durante a pandemia. Todos os comerciantes fechando e tudo sem turista vindo. Acho difícil fazer qualquer tipo de evento que seja apenas para moradores, mas qualquer atitude que traga uma melhora para a ilha é uma boa", disse.
O diretor da associação de moradores da Ilha de Paquetá (Morena), Guto Pires, afirmou que na época do anúncio do "carnaval fora de época”, houve unanimidade dos moradores contra a decisão. Ele explicou que uma reunião das lideranças com as autoridades sanitárias do município será marcada em menos de duas semanas para discutir sobre a atualização dos resultados das pesquisas que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está implementando na ilha.
"Quando aconteceu esse anúncio a população foi absolutamente unânime em ser contra. Foi uma voz só. Isso já é uma página virada e a gente mantém contato com os pesquisadores da Fiocruz e o secretário municipal da Saúde, Daniel Soranz, e eles também consideram o mesmo. Temos conversa marcada daqui há menos de 15 dias a fim de fazer um balanço da pesquisa e ver as próximas etapas, então a questão do carnaval já ficou para trás", afirmou.
Pires explicou que apesar do Carnaval ser uma "página virada", existe a possibilidade de que seja agendado, mas ainda sem previsão, um evento em menor escala para fins de pesquisa sobre a covid-19.
"O que terá que acontecer é um evento teste. Isso daí pode ser qualquer coisa, entendeu? A gente vai estar discutindo isso com a Secretaria Municipal de Saúde e a Fiocruz. A população da ilha toda foi vacinada e agora pode ser feito um acompanhamento da volta de algumas atividades que antes eram impedidas. É uma experiência totalmente controlada. Todo mundo que participar estará cadastrado, com o exame sorológico da pessoa de conhecimento da pesquisa, aí será feito ainda um outro exame sorológico da mesma pessoa depois do evento", explicou.
Em nota, a Fiocruz orientou que a Secretaria Municipal de Saúde fosse procurada para responder sobre a possibilidade da realização de eventos para fins científicos.
O DIA procurou por telefone a assessoria de imprensa da secretaria na manhã desta quinta-feira (2). A pasta confirmou que ainda não há uma definição sobre o que será feito em Paquetá.
Opinião dos moradores
Os moradores da ilha se mantém contrários a realização de eventos sem controle, mas admitem a possibilidade de uma ação que tenha um efetivo controle de segurança. A advogada autônoma Sheila Ribeiro de Lima, de 49 anos, vive na ilha e foi questionada sobre uma possível ação de maior escala. Ela respondeu ser totalmente contra a qualquer medida que envolva grandes eventos considerando o momento que o município atravessa na pandemia.
"Sou totalmente contra qualquer evento nesse momento que estamos atravessando, principalmente em virtude da nova variante Delta, do aumento de casos de idosos se internando, da ausência de vacinas, dos transportes sempre cheios, enfim, seria um retrocesso no meu pensamento ter vacinado os moradores e expor os mesmos moradores a esse tipo de evento (carnaval), pois por mais que façam em um local fechado, várias pessoas viriam para a Ilha, o que expõe todos e a população idosa aqui é bem considerável", afirmou.
A funcionária pública Sandra Paredes também foi questionada sobre o assunto e respondeu ser favorável desde que a ação seja controlada. Ela ponderou, contudo, que considera difícil fazer algum evento sem a presença de turistas.
"Aqui está uma desgraceira danada durante a pandemia. Todos os comerciantes fechando e tudo sem turista vindo. Acho difícil fazer qualquer tipo de evento que seja apenas para moradores, mas qualquer atitude que traga uma melhora para a ilha é uma boa", disse.
*Estagiário sob supervisão de Thiago Antunes
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