Publicado 05/09/2021 13:44 | Atualizado 06/09/2021 09:16
Rio - Uma grande quantidade de peixes mortos que apareceu, neste sábado, na Lagoa de Jacaroá, em Ponta Negra, chamou atenção dos moradores. De acordo com a Prefeitura de Maricá, que assumiu a gestão das águas das lagoas locais, até então a cargo do INEA, o fenômeno tem sido recorrente ao longo dos últimos anos. Em fevereiro, houve o registro da mortandade de 3 toneladas de peixes. fotogaleria
Com o objetivo de apurar as causas do episódio, a secretária de Cidade Sustentável e a secretaria de Agricultura Pecuária e Pesca, além de monitorar o local, e mobilizar equipes para realizar a limpeza e remoção dos peixes mortos, encaminhará ofício para o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), solicitando a presença de representantes do órgão para a realização de estudos com analise da água da região para que se avalie a causa do dano ambiental registrado.
Nas redes sociais, os moradores reclamam do descaso. "Infelizmente, um problema antigo na cidade que ficou arquivado na gaveta, assim como o novo hospital, água encanada e saneamento básico. Estamos indo para 16 anos de gestão e infelizmente ainda não deu tempo para resolver as prioridades da cidade", indignou-se um.
"Gente, o que está acontecendo? Cadê os órgãos competentes para verificar isso? Vamos cuidar das nossas praias, lagoas e canais", disse outro morador. "Infelizmente, precisa sempre estar a beira de uma catástrofe ou acontecer para as autoridades fazerem alguma coisa. Muito tenso", comentou mais um.
Ainda teve uma moradora que foi além e viu outras pessoas pegando os peixes, talvez para o consumo. "Ontem fiquei preocupada com muitas pessoas pegando os peixes mortos, aparentemente era pra comer, e fiquei pensando, será que não fará mal as pessoas consumirem esses peixes mortos? Vi até pescadores de barco, recolhendo corvinas, tainhas, linguados e outros peixes, Eram peixes grandes e da maneira como escolhiam, fiquei muito preocupada até de colocarem à venda".
A Prefeitura informou que a administração iniciou na última semana ações de revitalização das águas, que levarão a uma maior oxigenação do ecossistema e preservação da vida na lagoa. O programa Lagoa Viva lançado no último dia 26, tem como objetivo, entre outras ações, reequilibrar o ecossistema para garantir que eventos como este não voltem a acontecer.
O programa Lagoa Viva, uma parceria com pesquisadores de alta graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF) com a Prefeitura de Maricá, fez uma demonstração na lagoa de Itapeba, e terá início efetivo de suas ações no dia 27 deste mês e, que é quando acontece o fenômeno da Maré de Sizigia, momento propício para o início do processo. Em breve, poderá oferecer a Maricá águas sadias, sem mau cheiro e translúcidas.
O INEA informou que a mortandade de peixes pode ocorrer devido a uma redução do oxigênio dissolvido na água ou descarte de peixes de baixo valor comercial. Em função da temperatura elevada dos últimos dias, e com um maior aporte de turistas na região em função do feriado, associada a baixa profundidade de algumas regiões do sistema lagunar, pode ter favorecido a redução do oxigênio no corpo d'água e com isso ocasionado a mortandade. O INEA irá realizar vistoria no local para verificar a causa mais provável dessa mortandade.
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