Polícia Civil faz operação contra grupo de agiotagem. Ao todo, 65 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão foram cumpridosReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Publicado 16/09/2021 10:05
Rio - Bruno da Silva Pinheiro Mendes, um dos presos na Operação Ábaco, contra o maior grupo de agiotagem do estado do Rio, fugiu para Juazeiro do Norte (CE) a fim de ficar distante das investigações que corriam na 76ª DP (Niterói). Nesta quinta-feira (16), agentes estão nas ruas para cumprir 65 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão. Até o momento, 33 pessoas foram presas.A Operação Ábaco é deflagrada no Rio e em outros quatro estados. No município de Juazeiro do Norte, no Ceará, policiais prenderam o líder do núcleo de cobranças. Apontado pelos investigadores como 'muito agressivo', Bruno da Silva Pinheiro Mendes comandava o grupo que usava sites de consulta para buscar informações sobre os parentes das vítimas. Com os dados em mãos, eles ligavam para os familiares, cobrando o pagamento do empréstimo e fazendo ameaças. Ele utilizava o apelido de 'Verano' para fazer as extorsões.
Em Florianópolis (SC), policiais prenderam Ricardo Alexandre Inácio, apontado como 'laranja' do esquema - 'Verano' era quem utilizava suas contas bancárias. As quebras dos sigilos bancário e fiscal revelaram que a quadrilha movimentou cerca de R$ 70 milhões nos últimos quatro anos. 
No Rio, agentes efetuaram prisões em Niterói, São Gonçalo e Maricá. A Operação Ábaco também acontece em Minas Gerais e no Espírito Santo. Durante os 11 meses de investigação, a Polícia Civil já havia prendido outros dez suspeitos. 
Com ameaças, agiotas cobravam dívidas já quitadas e que nunca existiram
O grupo investigado atuava com empréstimos a juros abusivos, a maioria com taxas superiores a 30% por mês. O que surpreendeu os agentes durante a investigação é que eles cobravam das vítimas dívidas antigas, que foram contraídas com agiotas mas já haviam sido quitadas, e praticavam extorsões até mesmo cobrando dívidas falsas de empréstimos que nunca existiram. O grupo chegou a ter 70 escritórios em diferentes cidades do Brasil.
O líder da quadrilha é dono de um famoso quiosque na Praia de Camboinhas. Guilherme Andrade Aguiar, o Macarrão, de 39 anos, foi preso em janeiro pela 76ª DP (Niterói), em Minas Gerais. Os membros do grupo devem responder por extorsão, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.
 
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