Publicado 23/09/2021 09:22 | Atualizado 23/09/2021 10:04
Rio - A Prefeitura do Rio autorizou, nesta quarta-feira, a realização de três eventos-teste em outubro sem a exigência de máscara e distanciamento social. Os participantes terão que apresentar um teste negativo de covid-19 feito, no mínimo, com 48 horas de antecedência e comprovante de vacinação.
Serão duas festas para até cinco mil pessoas. A primeira será numa casa de eventos no Alto da Boa Vista e a segunda num espaço ao ar livre, no Centro da cidade. O terceiro evento é uma festa de aniversário para até 500 pessoas, no Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, não é necessário exigir o uso da máscara e distanciamento de pessoas vacinadas e testadas para um evento controlado.
"Sem máscara e sem distanciamento só com população totalmente testada como aconteceu no Maracanã e como vai acontecer nos eventos-teste. Ainda é obrigatório usar máscara e manter o distanciamento na cidade. A gente sabe que é bastante difícil, que as pessoas tão cansadas, mas ainda não é o momento de tirar a máscara e distanciamento em todos os lugares. Agora, com a população testada daquele evento, que todos fizeram teste, que todos ali estão vacinados com uma dose ou pessoas de quarenta anos ou mais que vai acontecer no mês de outubro com duas doses a gente pode liberar a máscara e distanciamento, justamente pela testagem, é importante não confundir essa comunicação, porque isso pode dar problema. Na população em geral sem teste, a máscara ainda é necessária", disse o secretário ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo.
No jogo do Flamengo contra o Barcelona de Guayaquil, pela semifinal da Copa Libertadores da América, nesta quarta-feira, algumas pessoas foram flagradas sem máscaras e aglomeradas. Soranz explicou que como os torcedores fizeram testes de covid-19 antes de entrarem no estádio, o risco de transmissão da doença era baixo.
"As pessoas que estavam sem máscara e aglomeradas ali, todas elas estavam testadas. O risco de transmissão é muito menor. Agora, na população em geral, sem teste, ainda há um risco de transmissão. Então, a gente recomenda que continuem utilizando a máscara. Tá cada vez mais difícil segurar que as pessoas não voltem as suas atividades. A gente pede, insiste, toma sempre o cuidado pra não misturar aglomerações em locais sem máscara com população testada do que um local em que não tem teste, que não tem nenhum tipo de controle. A gente vai começar uma nova fase agora que a população vai precisar ir se adaptando gradativamente".
O secretário de Saúde revelou que na partida entre Flamengo e Grêmio, cerca de 1% dos torcedores que fizeram o teste para entrar no estádio testaram positivo para a covid-19. Segundo Soranz, esses eventos estimulam as pessoas a se protegerem.
"Com os testes, a gente tirou 180 pessoas que poderiam estar transmitindo a covid-19 e por terem tido testadas foram retiradas do evento, não puderam nem chegar pra retirar o ingresso porque os testes deram positivos. Esses eventos testes também estimulam que as pessoas se testem mais e a pessoa sabendo que tem covid ela fica atenta pra diminuir a sua própria circulação. Os eventos-teste também estimulam que as pessoas façam mais testes e se protejam".
Sobre a fiscalização, Soranz relembra que a prefeitura já liberou eventos em locais abertos para até 500 pessoas e pede para que a população evite festas clandestinas.
"Com os números diminuindo muito, com a redução da internação, fica cada vez mais difícil segurar a população. A nossa estratégia é incentivar que esses eventos aconteçam em locais abertos, evitar os locais de maior risco de transmissão que são os locais fechados. A nossa recomendação já é uma liberação para eventos em locais abertos com 500 pessoas. Então, sempre que possível, as pessoas devem preferir locais abertos a fechados e evitar obviamente festas clandestinas, locais que não cumpram as regras, porque você ainda vai tá se colocando em risco, não é porque diminuíram os números, a gente tem um cenário epidemiológico muito melhor que a covid-19 acabou, ainda não acabou e é importante usar máscara e se proteger.
"Com os números diminuindo muito, com a redução da internação, fica cada vez mais difícil segurar a população. A nossa estratégia é incentivar que esses eventos aconteçam em locais abertos, evitar os locais de maior risco de transmissão que são os locais fechados. A nossa recomendação já é uma liberação para eventos em locais abertos com 500 pessoas. Então, sempre que possível, as pessoas devem preferir locais abertos a fechados e evitar obviamente festas clandestinas, locais que não cumpram as regras, porque você ainda vai tá se colocando em risco, não é porque diminuíram os números, a gente tem um cenário epidemiológico muito melhor que a covid-19 acabou, ainda não acabou e é importante usar máscara e se proteger.
Especialistas concordam com a medida
Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, o momento é o ideal para ser realizado esses tipos de testes justamente porque os números de casos, internações e transmissões da doença diminuíram na cidade.
"A ideia é testar se esses eventos podem ser realizados com segurança nessas condições epidemiológicas atuais. Lembrando que não é uma liberação de evento, nem de reuniões, nem de aglomeração, é um evento para testar essa hipótese. Todas as pessoas que vão tem que entender que estão participando de um evento de teste. Toda essa população que vai terá que estar testada e vacinada. E por ser um evento-teste, elas serão acompanhadas através de um cadastro feito pelo CPF e pelo sistema de vigilância epidemiológica do município para avaliar se houve transmissão, os casos positivos que acontecerem após a festa. Tudo será acompanhado pela vigilância, inclusive com contato, para saber se houve transmissão secundária para outras pessoas", disse Chebabo em entrevista ao O DIA.
"A ideia é testar se esses eventos podem ser realizados com segurança nessas condições epidemiológicas atuais. Lembrando que não é uma liberação de evento, nem de reuniões, nem de aglomeração, é um evento para testar essa hipótese. Todas as pessoas que vão tem que entender que estão participando de um evento de teste. Toda essa população que vai terá que estar testada e vacinada. E por ser um evento-teste, elas serão acompanhadas através de um cadastro feito pelo CPF e pelo sistema de vigilância epidemiológica do município para avaliar se houve transmissão, os casos positivos que acontecerem após a festa. Tudo será acompanhado pela vigilância, inclusive com contato, para saber se houve transmissão secundária para outras pessoas", disse Chebabo em entrevista ao O DIA.
"Isso tudo é um teste para avaliar se nesse momento é possível ou não a gente liberar de uma forma generalizada e não mais só em eventos-teste. Na realidade, é testar os limites numa situação agora em que a gente já tem metade da população vacinada aqui no Rio de Janeiro, avançando bastante na questão da vacinação e obviamente todos testados nesses eventos. Depois disso, a gente vai poder ter a noção se houve uma transmissão acima do que é a incidência na cidade ou não. Isso certamente vai ser utilizado para formular novas políticas de flexibilização aqui na cidade", acrescentou.
De acordo com dados do Painel Rio Covid-19, hoje, 52,3% da população total e 66% da população adulta estão vacinados no município do Rio.
A presidente da Sociedade de Infectologia do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, disse ao O DIA que se seguirem o protocolo para entrada e o monitoramento dos participantes e seus contactantes após o evento poderão ter uma base para permitir a volta gradual ao normal.
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