Publicado 15/10/2021 09:08
Rio - Policiais Civis da 21ªDP (Bonsucesso) prenderam nesta quinta-feira (14) a corretora de imóveis Juliana Pereira de Andrade, de 28 anos, acusada de estelionato. A mulher, que tem 48 passagens pela polícia, foi capturada dentro de casa, na Taquara, na Zona Oeste do Rio, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela 32ª Vara Criminal. Segundo a polícia, ela fazia parte de um grupo que aplicava golpes de venda de imóveis junto com o marido, Leonardo Guttemberg, de 40 anos e o cúmplice, Luiz Claudio Gomes do Nascimento, presos em julho deste ano.
A prisão de Leonardo e Luiz Cláudio aconteceu depois que uma vítima, um homem de 62 anos procurou a delegacia para alertar sobre a ação dos estelionatários. Agentes da unidade de Bonsucesso foram até um shopping na Zona Norte e prenderam Luiz Cláudio em flagrante. Após a prisão, ele informou que Leonardo estaria em outro shopping. Os policiais foram ao local e o capturaram.
Na época, a vítima disse que iria pagar R$8 mil em espécie aos criminosos para em troca receber sete notas promissórias no valor total de R$13 mil. A quadrilha já havia recebido um depósito de R$55 mil na conta de Juliana e mais R$8 mil na conta corrente de Luiz Cláudio, que atuaria como proprietário de imóveis.
As investigações apontam que Leonardo era o líder da quadrilha e responsável por buscar imóveis em sites de venda. Ele entrava em contato com os proprietários e conseguia a autorização para vendê-los. Com acesso aos imóveis e os anúncios na internet, o estelionatário buscava suas vítimas e as levava para uma visitação. Leonardo apresentava Juliana ou a amiga, Tereza Cristina Aguiar dos Santos, de 37 anos, como se fossem as donas dos imóveis que estavam sendo vendidos.
O golpe se concretizava em um cartório, com o reconhecimento de firma de documento particular e o pagamento do sinal pela compra do imóvel aos estelionatários, normalmente as economias de uma vida das vítimas. Após um período determinado pelos criminosos, a vítima ia tentar tomar posse do imóvel e só então descobria o real proprietário, não conseguindo mais contato com Leonardo.
Segundo o delegado titular da 21ªDP, Hilton Alonso, é necessário tomar alguns cuidados na compra de um imóvel, para que o sonho da casa própria não se torne um pesadelo, como: Exigir o RGI da unidade; Exigir as Certidões Negativas (Vendedores e do imóvel); Consultar a situação fiscal e enfitêutica do imóvel a ser adquirido; Pesquisar no site do TJRJ o CPF dos vendedores/proprietários e, finalmente, só efetuar o pagamento do sinal (ou entrada), na presença dos vendedores, que constem no RGI competente.
Quadrilha já responde por processos no campo civil e criminal
No Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ), o casal de corretores já responde a inúmeros procedimentos disciplinares éticos e já foram condenados em 1ª instância ao cancelamento das inscrições. Os processos ainda cabem recurso.
Os golpes já vêm sendo aplicados desde 2016 e após a prisão de Leonardo e Luiz Cláudio, em julho deste ano, diversas vítimas procuraram a delegacia. Os prejuízos causados pelo grupo passam de R$1 milhão.
Duas vítimas em 2019 alegaram que Leonardo tentou atropelá-las quando foi cobrado. Outra vítima disse em depoimento realizado após a prisão dos estelionatários que foi ameaçada por Guttemberg, que se apresentava como “Carlos”. Segundo ela, ele teria dito que era amigo de milicianos e policiais em todas as delegacias do Rio. A vítima acabou sofrendo um infarto em fevereiro deste ano por conta estresse causado pelo golpe.
Duas vítimas em 2019 alegaram que Leonardo tentou atropelá-las quando foi cobrado. Outra vítima disse em depoimento realizado após a prisão dos estelionatários que foi ameaçada por Guttemberg, que se apresentava como “Carlos”. Segundo ela, ele teria dito que era amigo de milicianos e policiais em todas as delegacias do Rio. A vítima acabou sofrendo um infarto em fevereiro deste ano por conta estresse causado pelo golpe.
Nesta quinta, além da prisão, uma nova vítima da quadrilha esteve na unidade de Bonsucesso para registrar o estelionato que havia sofrido, vítima da quadrilha.
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