Publicado 17/10/2021 12:12
Rio - Uma grande mobilização contra a fome foi realizada neste domingo (17), na orla de Copacabana, na Zona Sul. O relançamento da campanha Natal Sem Fome, da ONG Ação da Cidadania, atraiu centenas de pessoas. Muitas carregavam carrinhos vazios, numa referência a alta no preço dos alimentos, e faixas com críticas ao panorama de vulnerabilidade social que aflige o Brasil. A organização espera levar alimentos para 600 mil famílias de todo o país.
Um grupo de manifestantes carregava uma faixa com a famosa frase 'Quem tem fome tem presa', criada pelo fundador da organização, o sociólogo Herbert de Sousa (1931-1997), o Betinho. No total, cerca de 300 pessoas estiveram na manifestação, carregando cartazes com palavras de ordem contra o abandono de famílias em situação de insegurança alimentar.
“A expectativa é que essa seja a maior campanha da história da ONG. A nossa esperança é arrecadar, no mínimo, R$ 30 milhões, mas esperamos alcançar até mais do que isso para conseguir levar alimento para famílias em todo o país”, revelou Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor-executivo da organização.
As doações podem ser realizadas pela internet, na página oficial do Natal Sem Fome, até o final de dezembro. A campanha é um convite para que as pessoas deem espaço à solidariedade e ajudem com doações de alimentos para famílias em vulnerabilidade social. O Rio foi o palco principal da mobilização, onde artistas também promoveram um "grafitaço" coletivo e recreação infantil na Praia de Copacabana. Os desenhos marcaram as desigualdades que o país vive, mas também apontaram caminhos para resolver o problema da fome. Toda a identidade visual da campanha foi idealizada pelo artista plástico Marcelo Ment.
Simultaneamente, um ato simbólico em repúdio ao agravamento da fome no país aconteceu entre os Postos 2 e 3, com uma passeata de lideranças dos comitês da entidade empurrando carrinhos de compras vazios, seguido de um bumbo de escola de samba representando luto. Foi colocado, ainda, um espaço para arrecadação de alimentos durante o movimento.
O Brasil vive ainda sob os efeitos da crise intensificada durante a pandemia, com 19 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2021”, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em conjunto com o WFP e outras instituições, aponta que 23,5% da população brasileira esteve em situação de insegurança alimentar moderada ou severa entre 2018 e 2020. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o desemprego ficou em 14,1% no segundo trimestre de 2021, atingindo 14,4 milhões de pessoas.
No final de setembro, a OAB Nacional, a pedido da Ação da Cidadania, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando o governo federal a adotar uma série de medidas de combate à fome no país. Entre elas, estão a retomada do auxílio emergencial no valor de R$ 600 e das atividades do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. O STF determinou um prazo de dez dias para que o governo apresente informações sobre os questionamentos.
“A fome não tem vacina. A cura só vem através das políticas públicas. Por isso a gente pede que cada um dê asas a sua solidariedade e nos ajude, porque quem tem fome, tem pressa. A nossa meta é arrecadar seis mil toneladas de alimentos em todo o país para distribuir para 2,5 milhões de pessoas”, reitera Daniel Souza, presidente do Conselho da Ação da Cidadania.
Neste sábado (17), Dia Mundial da Alimentação, a Ação da Cidadania realizou uma projeção nos Arcos da Lapa que narrou a fábula do 'Beija-Flor', com mensagens sobre a importância da solidariedade. A VJ Carol Santana foi responsável pelas imagens.
O Brasil vive ainda sob os efeitos da crise intensificada durante a pandemia, com 19 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2021”, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em conjunto com o WFP e outras instituições, aponta que 23,5% da população brasileira esteve em situação de insegurança alimentar moderada ou severa entre 2018 e 2020. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o desemprego ficou em 14,1% no segundo trimestre de 2021, atingindo 14,4 milhões de pessoas.
No final de setembro, a OAB Nacional, a pedido da Ação da Cidadania, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando o governo federal a adotar uma série de medidas de combate à fome no país. Entre elas, estão a retomada do auxílio emergencial no valor de R$ 600 e das atividades do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. O STF determinou um prazo de dez dias para que o governo apresente informações sobre os questionamentos.
“A fome não tem vacina. A cura só vem através das políticas públicas. Por isso a gente pede que cada um dê asas a sua solidariedade e nos ajude, porque quem tem fome, tem pressa. A nossa meta é arrecadar seis mil toneladas de alimentos em todo o país para distribuir para 2,5 milhões de pessoas”, reitera Daniel Souza, presidente do Conselho da Ação da Cidadania.
O 'Natal Sem Fome' já levou alimentos para mais de 20 milhões de pessoas por todo o Brasil desde seu lançamento em 1994, um ano após a fundação da Ação da Cidadania. Na época, a iniciativa de Betinho surgiu como um caminho para combater a fome e a desigualdade socioeconômica no país, e ajudar os mais de 32 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza naquele ano. Após dez anos sem ser realizada, a campanha voltou em 2017.
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