Publicado 20/10/2021 21:00
Rio - Uma guerra entre grupos de milicianos rivais assusta moradores do bairro Dom Bosco, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira. Segundo informações preliminares, criminosos do grupo de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko, teriam atacado dois homens do bando do seu principal inimigo, Danilo Dias Lima, o Tandera. Moradores relatam um intenso tiroteio desde o início da tarde. A Polícia Militar confirmou o tiroteio na região, mas ainda não há informações sobre feridos.
Segundo um morador, que não quis se identificar, criminosos do grupo do Danilo Dias teriam pulado para o grupo do Luís Antônio, o que deixou o clima instável e de total insegurança. "A bala tá voando desde cedo, parece que Tandera tomou golpe", disse. "Muito tiro aqui no Dom Bosco, mas muito mesmo. Fiquem em casa, pelo amor de Deus", comentou outro.
Nas redes sociais, moradores compartilharam registros dos momentos de terror. Em um vídeo, é possível ouvir a sequência de tiros na região. Em outro, um veículo que seria de uma dupla de criminosos aparece completamente tomado pelos disparos. Confira!
Herança do Ecko
Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho deste ano, durante uma operação da Polícia Civil, esperava-se que o miliciano Tandera assumisse o poder na Zona Oeste do Rio. No entanto, quem assumiu o poder foi o irmão de Ecko, o Zinho.
Com isso, o território passou a ficar dividido assim: o Bonde do Ecko continuou atuando em bairros da Zona Oeste, arrecadando cerca de R$ 10 milhões em extorsões e práticas de cobranças ilegais; já Tandera ficou com a Região Metropolitana, bairros de Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí.
Tandera inicia série de ataques na Zona Oeste
Em setembro investigações da Polícia Civil apontaram que Tandera estaria tentando extorquir motoristas de vans que circulam por Campo Grande, Santa Cruz e Sepetiba, obrigando-os a pagar para ele a taxa ilegal para conseguir trabalhar. De acordo com a pasta, além dessa exploração representar uma expansão territorial, ela também renderia um lucro exorbitante, já que cada dono de van era obrigado a pagar de R$ 500 a R$ 700 por semana para o grupo de Zinho.
Na ocasião, pelo menos sete vans que faziam transporte alternativo de passageiros foram incendiadas em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, bairros da Zona Oeste. A Polícia Militar confirmou duas mortes decorrentes do confronto.
Além dos ataques às vans, a Zona Oeste registrou uma sequência de homicídios, todos suspeitos de envolvimento com a milícia.
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