Imóvel utilizado por Adriano da Nóbrega como esconderijo é demolido em GrumariDivulgação
Publicado 28/10/2021 09:48
Rio - Uma ação conjunta do Ministério Público do Rio (MP-RJ) com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade (SMAC) e a Polícia Militar Ambiental demoliu na manhã desta quinta-feira (28) a casa do braço direito de Adriano da Nóbrega, o miliciano Luis Carlos Felipe Martins, conhecido como Orelha.
O imóvel de 100 metros quadrados ficava no Parque Natural Municipal de Grumari, na Zona Oeste, Unidade de Conservação de Proteção Integral. Nos fundos da casa demolida havia uma trilha com acesso a um abrigo, em local de mata fechada, onde ex-capitão Adriano se escondeu, antes de ser morto num sítio em Esplanada (BA), após confronto com a Polícia Militar, em fevereiro de 2020.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, a casa foi construída irregularmente em 2018, dentro de unidade de proteção integral gerida pela Prefeitura do Rio. A viúva do ex-sargento Orelha vinha tentando vender o imóvel por R$ 150 mil, mesmo diante da impossibilidade de legalizá-lo. Por esta razão, um vigia vinha tomando conta do imóvel.
Luis Carlos Felipe Martins foi morto às vésperas da Operação Gárgula, em 20 de março, em Realengo. Na ocasião, Orelha foi denunciado junto à I Vara Criminal Especializada da Capital por crimes de associação criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro. A Operação Gárgula decorreu das investigações que culminaram na Operação Intocáveis I movida contra integrantes da milícia de Rio das Pedras, cujo líder era Adriano da Nóbrega, miliciano que também exercia forte influência sobre o grupo de matadores de aluguel conhecido como "Escritório do Crime", desbaratada na Operação Tânatos, todas elas do Gaeco.
A ação desta quinta-feira foi realizada por meio da força-tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado para enfrentamento à ocupação irregular do solo urbano (Gaeco/FT-OIS) do MP com o auxílio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
A força-tarefa foi criada em 19 de outubro, por ato do procurador-geral de Justiça, para auxiliar promotores de Justiça no combate à ocupação irregular do solo no Município do Rio de Janeiro e aos ilícitos relacionados nas áreas criminal, meio ambiente, entre outras, em especial, nas áreas de planejamento que abrangem bairros das zonas oeste e norte da cidade.
No dia 22 de outubro, a força-tarefa do Gaeco do MP-RJ esteve presente na demolição de dois condomínios no Parque Estadual da Pedra Branca, em Senador Camará. Os condomínios teriam sido construídos por organização criminosa com atuação na região.
Adriano da Nóbrega foi morto na Bahia em fevereiro do ano passado. Ele estava foragido após ser considerado um dos principais alvos da 'Operação Intocáveis'. O ex-policial militar era acusado de chefiar o grupo de extermínio conhecido como 'Escritório do Crime'.
O miliciano era ligado ao atual senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. A ex-mulher e a mãe do Capitão Adriano eram lotadas no gabinete do então deputado estadual.
O ex-capitão também era ligado a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e suspeito de comandar o esquema de rachadinha na Alerj. O corpo foi exumado a pedido do Ministério Público da Bahia.
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