Publicado 29/10/2021 20:09 | Atualizado 29/10/2021 20:37
Rio - Um novo laudo da Polícia Civil revelado, nesta sexta-feira, contesta as versões das testemunhas ouvidas pelo MPRJ sobre a morte de Omar Pereira da Silva, um dos 28 mortos na operação da corporação no Jacarezinho, em maio. Segundo o documento, a Divisão de Homicídios não identificou elementos que justificassem o indiciamento de dois agentes feito pela força-tarefa do Ministério Público, na última semana.
A decisão do MPRJ indiciou os policiais Douglas de Lucena Peixoto Siqueira e Anderson Silveira Pereira, sendo o primeiro por homicídio doloso e fraude processual, e o segundo apenas por fraude processual. Contudo, o laudo da Polícia Civil aponta falhas nos depoimentos das testemunhas ouvidas pela força-tarefa do MP. No documento, a corporação também pede acesso aos seis relatos de testemunhas para confronto com provas periciais.
Segundo a denúncia do MP, Douglas matou Omar com um tiro à queima-roupa, removeu seu corpo antes de perícia ser feita no local. Segundo relatório pericial feito no local, casa onde o disparo ocorreu, o homem morto estava encurralado, após ser atingido por um disparo no pé, minutos antes e não teria resistido à prisão.
O questionamento colocado no laudo aponta divergências nas versões, uma vez que testemunhas ouvidas pelo MP apontaram dois disparos, enquanto a perícia constatou apenas um, na região do abdômen. Além disso, o documento da Polícia Civil também questiona o valor dos relatos ao pontuar que todos que falaram sobre o ocorrido tinham relação direta entre si, com Omar e Guilherme, um dos presos na operação.
Ao O DIA, o MPRJ afirmou que está checando as informações questionadas pela reportagem. "Estamos em consulta com a promotoria que ficará com atribuição no processo já judicializado. A mesma ainda não analisou os autos por não ter sido intimada. Retornaremos tão logo possível", afirmou.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.