Kátia Regina Vianna, 48 anos, morreu horas depois de ser diagnosticada com gastrite na UPA Edson Passos, em MesquitaDivulgação
Publicado 06/11/2021 11:04 | Atualizado 07/11/2021 15:10
Rio - Familiares da enfermeira Kátia Regina de Carvalho Vianna, de 48 anos, alegam que ela morreu após negligência no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Edson Passos, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Bastante abalada, Camila Laíse, irmã de Kátia, contou que ela começou a sentir fortes dores abdominais na quarta-feira (3), procurou atendimento na unidade na quinta-feira (4) e foi diagnosticada com início de gastrite. Em seguida, foi liberada, já na madrugada desta sexta-feira, por volta da meia-noite. A Secretaria Estadual de Saúde afirma que não havia alterações nos exames, e que por isso Kátia recebeu alta.
"Na quarta, ela reclamou de dor e teve febre, aí ontem (quinta), depois que deixou o filho na escola, ela foi para a UPA. Chegando lá, ela se queixou de fraqueza e dor abdominal. Foi então que o médico pediu um exame laboratorial e apareceram alterações. O profissional a encaminhou para um gastro, disse que não ia liberará-la, mas mudou de ideia e a liberou", contou Camila.
Na receita passada pelo médico que a atendeu, Kátia foi orientada a fazer uso dos medicamentos Omeprazol e Hidróxido de Alumínio XP. A irmã lembra que ela saiu de cadeira de rodas da UPA Edson Passos, chegou em casa, tomou um mingau e se deitou. Por volta das 6h20 a mãe de Kátia entrou no quarto e ela já estava morta.
Inconformada com a perda repentina da irmã, Camila tenta agora entender como o quadro de saúde da irmã piorou tanto em poucas horas. "Ela chegou na lá bem, foi até dirigindo para a UPA. Saiu de lá sem condições. Ela não podia ser liberada, tinha que estar tomando antibiótico venoso", diz Camila que pede agora por Justiça.
O corpo da enfermeira foi enterrado na manhã deste sábado (6), no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita."O enterro foi um culto pelo privilégio de termos vivido com ela. A Kátia era uma pessoa amável, alegre, uma mulher de garra e que gostava da profissão. Ainda estamos em choque e tentando entender o porquê de tanta imprudência, tanta negligência", afirma a irmã, Camila Laíse.
Segundo a família, a UPA se negou a entregar o prontuário da paciente e disse que só vai disponibilizar na Justiça. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que, diferente do alegado pela família, os exames "não demonstraram alterações, e com a estabilização de seu quadro clínico, a paciente recebeu alta médica". A pasta informou que vai apurar o atendimento.
Confira a nota na íntegra:
A direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mesquita informa que, de acordo com coordenação médica, a paciente Katia Regina de Carvalho foi acolhida às 14h na última quinta-feira (4/11), classificada pela equipe de enfermagem e atendida pela equipe médica. Foram realizados exames, que não demonstraram alterações, e com a estabilização de seu quadro clínico, a paciente recebeu alta médica às 0h5m da última sexta-feira (5/11).

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) ressalta que vai apurar o atendimento prestado pela unidade à paciente , assim como colaborar com todas as medidas necessárias para apurar o ocorrido.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes
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