Publicado 11/11/2021 12:57
Rio - A Polícia Civil periciou, no início da tarde desta quinta-feira (11), os dois postos de combustíveis incendiados durante a madrugada na Avenida Brasil, na altura de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. O crime foi atribuído à milícia que atua na região. A principal linha de investigação é que os ataques tenham sido orquestrados em uma retaliação por conta do não pagamento do 'arrego' - taxa cobrada pelo milicianos - aos criminosos.
Horas depois dos ataques, o cenário ainda é de destruição nos estabelecimentos. O clima é tenso entre funcionários e moradores da região. Na parte da manhã, frentistas realizavam limpeza nos locais.
Agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) estiveram nos dois estabelecimentos e recolheram materiais que possam ajudar nas investigações. A Polícia Civil busca por imagens de segurança da região que possam ter registrado o grupo responsável pelos ataques.
Os dois postos ficam a uma distância de aproximadamente um quilômetro. Os ataques ocorreram em intervalos de poucos minutos. Apesar da proporção do ataque, nenhuma pessoa ficou ferida.
Moradores da região usaram as redes sociais para afirmar que a ação criminosa é fruto de uma guerra entre grupos paramilitares que controlam as comunidades da região. Mensagens divulgadas em grupos de WhatsApp diziam para que as pessoas ficassem em suas casas e evitassem as ruas. "Um aviso para os moradores de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência. Evitem ficar na rua amanhã. Tandera está programado para atacar vários bairros amanhã", diz um dos textos.
A briga da milícia na Zona Oeste tem três vertentes. De um lado, está o miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Wellington da Silva Braga, maior miliciano do Rio, morto em junho deste ano em uma operação da Polícia Civil. Do outro lado, está Danilo Dias, o Tandera, atualmente considerado o criminoso mais perigoso do Estado. No meio disso tudo, uma população aterrorizada.
Para a polícia, a rixa entre Zinho e Tandera é fruto de briga antiga, ainda quando o segundo miliciano se desligou do grupo liderado por Ecko. Com a morte de Wellington da Silva Braga, Zinho se tornou seu sucessor e Tandera decidiu orquestrar uma série de invasões na Zona Oeste.
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