Publicado 17/11/2021 11:39 | Atualizado 17/11/2021 19:20
Rio - Quatro consórcios de empresas de ônibus do Rio de Janeiro entraram com uma ação na Justiça na terça-feira (16) pedindo a suspensão do novo edital de bilhetagem eletrônica do transporte público do município, que está em fase avançada de licitação. A abertura dos envelopes está marcada para o próximo dia 7. O vencedor da licitação será conhecido até o fim deste ano e haverá seis meses de transição do sistema em 2022.
As empresas que tentam derrubar o edital são as seguintes: Consórcio Transcarioca de Transportes, Consórcio Internorte de Transportes, Consórcio Intersul de Transportes e Consórcio Santa Cruz Transportes.
O novo modelo faz parte da remodulação do sistema BRT levada à frente pela Secretaria Municipal de Transportes do Rio. O projeto separa as licitações e empresas responsáveis pela bilhetagem, pela operação dos BRTs e pela locação dos veículos.
No novo formato, o Poder Público controla o fluxo de caixa e de passageiros do sistema, abrindo a criticada "caixa-preta dos t ransportes". As empresas ligadas ao transporte público na Região Metropolitana no Rio foram excluídas da disputa. A concessão será válida pelo prazo de 10 anos, podendo ser prorrogada por, no máximo, igual período.
No despacho de ontem (16), a juíza Alessandra Cristina Tufvesson, estendeu seu prazo para tomar a decisão para 72 horas por conta da complexidade da questão.
A Secretaria Municipal de Transportes e a Procuradoria Geral do Município informaram em nota que prestarão todos os esclarecimentos à Justiça.
"Temos que esperar a decisão do judiciário, mas acredito que a licitação será mantida. Todo o processo está sendo feito de maneira muito transparente por parte da prefeitura. Tivemos audiências públicas na Câmara para debater o tema e uma lei já aprovada pelos vereadores. Não vejo motivo para a licitação ser suspensa", afirmou o presidente da Comissão de Transportes e Trânsito da Câmara dos Vereadores do Rio, Alexandre Isquierdo (DEM).
De acordo com o vereador Luiz Ramos Filho (PMN), integrante da Comissão de Transportes e Trânsito da Câmara dos Vereadores do Rio, o novo modelo foi discutido em diversas audiências públicas, em que as empresas foram ouvidas. Para o parlamentar, as empresas não querem a mudança porque se acostumaram a não prestar satisfação ao setor público.
"A Comissão de Transportes da Câmara discutiu exaustivamente o novo modelo da bilhetagem eletrônica. As empresas de ônibus foram ouvidas. Fizemos inúmeras audiências públicas. As empresas de ônibus só querem o filé mignon. Não querem abrir a tão propalada caixa preta, não querem dar satisfação, nem informações ao setor público. Se acostumaram a anos e anos de lucros altíssimos sem qualquer fiscalização dos seus ganhos, nem da qualidade do serviço prestado. Agora estão de pires na mão, mas querem continuar dando as cartas. E isso não será mais possível", declarou o vereador.
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