Publicado 17/11/2021 13:10 | Atualizado 17/11/2021 16:04
Rio - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio informou que não vai flexibilizar o uso de máscaras em ambientes fechados. A pasta ressalta que de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal, em casos de discordância entre as esferas municipal e estadual, a regra mais restritiva prevalece. Nesta quarta-feira, a Prefeitura do Rio publicou um decreto e liberou o uso da proteção em academias.
Apesar da queda sustentável nos indicadores epidemiológicos e assistenciais da Covid-19, os técnicos da vigilância estadual e o grupo de especialistas do Estado do Rio entendem que a imunidade coletiva ainda não atingiu os patamares necessários para retirada de máscaras em locais fechados. "Nesses ambientes, o risco de contaminação pela doença ainda é muito alto, uma vez que o coronavírus é transmitido pelo ar", diz a Secretaria Estadual de Saúde.
A decisão do Estado do Rio vai ao encontro de especialistas ouvidos pelo DIA, que consideram a liberação do uso da máscaras nas academias precipitada. Para o ex-diretor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Hermano Castro, seria mais cauteloso manter a obrigatoriedade da proteção até que o município atinja 80% da população vacinada. "Estamos indo bem, mas uma precipitação pode colocar tudo a perder e perder significa pessoas morrendo", afirmou.
Pesquisadora em Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ, Chrystina Barrros classificou como temerária e desnecessária a decisão de liberar o acesso sem máscaras a centros de treinamento físico. "Precisamos lembrar que academias não têm a franca renovação de ar natural. São espaços fechados com ar-condicionado, onde as pessoas, pela própria atividade física, têm a frequência respiratória aumentada", ressaltou.
Pesquisadora em Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ, Chrystina Barrros classificou como temerária e desnecessária a decisão de liberar o acesso sem máscaras a centros de treinamento físico. "Precisamos lembrar que academias não têm a franca renovação de ar natural. São espaços fechados com ar-condicionado, onde as pessoas, pela própria atividade física, têm a frequência respiratória aumentada", ressaltou.
A especialista lembrou que já está autorizada a capacidade total dos estabelecimentos e que as academias são lugares em que as pessoas conversam e interagem. "É uma medida que pode expor algumas pessoas a riscos de transmissão da doença. Estamos falando de vida", completou.
Por conta do decreto do Governo do Estado, a Prefeitura do Rio precisou voltar atrás na decisão de desobrigar o equipamento de proteção nesses espaços. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que, levando em consideração a resolução da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que mantém a obrigatoriedade do uso em ambientes fechados, o decreto municipal "somente entrará em vigor após nova medida do Governo do Estado que permita a flexibilização nesses locais".
O decreto da Prefeitura do Rio liberava o uso de máscaras em academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento físico e pistas de patinação. O texto registra que os espaços devem poder garantir que todos os ocupantes estejam completamente vacinados. A decisão flexibilizava decreto publicado na última sexta-feira (12) que manteve a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados. Atualmente, as máscaras são opcionais em ambientes abertos e sem aglomeração.
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