Publicado 25/11/2021 16:48
Rio -- A força-tarefa da Polícia Civil passou a marca de mil suspeitos de integrarem milícias presos nesta quinta-feira, dia 25. As prisões foram realizadas por agentes das delegacias especializadas e da Draco, em um trabalho que teve início em outubro do ano passado. O recorde de prisões do tipo ocorreu em 2009, um ano após a CPI das Milícias, que levou à cadeia 246 criminosos.
"Quando a gente foi convidado pelo governador Cláudio Castro, uma das missões dadas foi o combate às milícias. Logo no início teve a eleição e foi criada a força-tarefa para evitar a criação de currais eleitorais. Hoje, nós chegamos à marca de mil presos. Hoje, o governador Cláudio Castro pode dizer que é o governo que mais prendeu milicianos", disse à reportagem o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski.
No dia 23 de novembro, em mais uma ação, foram presas 23 pessoas, chegando a 969 presos. Nesta quinta, foram presas outras 36 pessoas, passando de mil presos - número quatro vezes superior ao recorde anual até então registrado.
A cada prisão, o diretor do DGPE, delegado Felipe Curi, explicava que, para além das prisões, as atividades econômicas dos grupos estavam sendo atingidas, com o corte de serviços explorados pelos grupos, por exemplo. O prejuízo estimado é de mais de R$ 2 bilhões.
Em abril, quando o grupo chegou a 600 presos, Curi apontou ao DIA um outro efeito das prisões: a diminuição de homicídios. "Nesse trabalho de você prender o miliciano, você está agindo diretamente no combate aos homicídios. Prendemos pessoas que eram responsáveis diretas pelas execuções da milícia, que a gente chama de matador da milícia, pessoas que eram do escritório do crime, que puxam guerra com o tráfico, e isso gera homicídios. Tiramos essas pessoas de circulação".
Entre as principais prisões da força-tarefa está a do miliciano Edmilson Gomes, o Macaquinho, em agosto. A polícia conseguiu identificar que ele lucrava, pessoalmente, R$ 400 mil por mês acharcando moradores e comerciantes das zonas Oeste e Norte.
Em junho, o miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, foi morto ao reagir. Ele era, então, o líder da maior milícia do Rio. Após a sua morte, uma disputa sangrenta entre ex-aliados se sucedeu. Atualmente, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho e Danilo Dias, o Tandera, disputam os lucros das extorsões milionárias.
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