Publicado 29/11/2021 19:31
Rio - Após problemas frequentes no odor, coloração e sabor da água fornecida aos moradores da Região Metropolitana do Rio, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) adquiriu o super microscópio invertido Axio Observer 5, para monitorar crescimento das algas no sistema lagunar do Rio Guandu. A medida faz parte da modernização do Laboratório de Qualidade da Água da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu. O microscópio foi montado na última sexta-feira (26) e começou a funcionar nesta segunda-feira (29).
O equipamento alemão, que custou R$ 400 mil, é referência na geração de imagens em alta resolução, conta com sistema de fotodocumentação, filtros específicos capazes de apurar o contraste, facilitando a identificação de micro-organismos, em especial as cianobactérias. Segundo o diretor de Saneamento e Grande Operação da Cedae, Daniel Okumura, o aparelho será importante para a tomada de decisões da companhia.
"Com esse microscópio a gente consegue quantificar e identificar espécies de cianobactérias na lagoa maior e menor do sistema lagunar do Rio Guandu. Dessa forma, a gente consegue ver a tendência de crescimento dessas espécies que são as responsáveis por gerar a geosmina e o MIB, que são as substâncias que geram odor e gosto na água. Uma vez que a gente consegue aprimorar a identificação dessas espécies e quantificar elas previamente, a gente consegue ter uma tomada de decisão mais rápida para mitigar os problemas”, explicou o diretor.
Um grupo de nove profissionais participa de capacitação ministrada pela especialista em taxonomia e ecologia de microalgas, a bióloga Tatiane Benevides. No curso, que reúne químicos e biólogos, os responsáveis pela qualidade da água ganham ferramentas para entender o ambiente macro a partir da avaliação das condições e características do manancial, para poder prever o nível de poluição da lagoa de captação. O laboratório também realiza análise sensorial da água, com avaliação de sabor, odor e coloração de série de amostras de água, para identificar eventuais alterações na qualidade.
"A principal vantagem desse microscópio é a facilidade e a velocidade de quantificar e qualificar as espécies. Nem todas as espécies são produtoras de geosmina e MIB e, ao mesmo tempo, as espécies que geram, a gente precisa saber qual é a quantidade delas, para elas chegarem num nível que começam a gerar as substâncias. Com esse microscópio, eu vou conseguir ter o monitoramento quase que constante dos parâmetros do crescimento das algas na lagoa, que vai me subsidiar em tomadas de decisões antecipadas. Eu vou conseguir agir de forma preventiva, antes que o evento ocorra”, ressaltou Okumura.
A unidade também conta com outros microscópios e instrumentos de monitoramento, além de trabalhar com ferramentas de informação sobre os padrões de qualidade de água. Dessa forma, o diretor disse que esses equipamentos, junto com o super microscópio, são suficientes para realizar a análise e adotar medidas para garantir a qualidade da água fornecida.
“À princípio, esse com os outros que estão lá, suprem a demanda, até porque nós fazemos uma, duas análises por dia na lagoa de contagem das cianobactérias e, com esse resultado, a gente já consegue identificar as tendências. Então, um só já é suficiente para a gente conseguir ter um avanço no trabalho.”
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