Publicado 02/12/2021 20:55 | Atualizado 02/12/2021 21:35
Rio - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) aguarda a doação de mais doses contra a gripe pelos governos do Espírito Santo e de Roraima. Segundo o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, Mário Sérgio Ribeiro, a expectativa é que sejam enviadas ao Rio um total de 160 mil doses provenientes do excedente da campanha de vacinação nesses estados. A SES espera receber, nos próximos dias, a confirmação por parte do Ministério da Saúde da data de envio desses imunizantes.
Atualmente, as campanhas estão sendo tocadas nas cidades com as 220 mil doses enviadas ao Rio nesta terça-feira. Segundo Mário Sérgio Ribeiro, a única possibilidade de o estado do Rio receber mais doses da vacina contra a gripe é a partir da doação de outros estados.
"Fizemos a solicitação ao Ministério da Saúde de mais doses contra a gripe, sabendo que o período da campanha contra a gripe já passou, e que não há estoques na pasta. Mas essa articulação deve ser feita via PNI (Programa Nacional de Imunizações). Por outro lado, a nossa equipe faz articulações com coordenadores de imunização do país. A gente faz uma sondagem. Se algum estado sinaliza com a possiblidade de doação de doses, o próprio PNI faz o remanejamento", explica Mário Sérgio:
"Até o momento, recebemos a informação de que provavelmente vamos receber mais doses do Espírito Santo e de Roraima, num total de 160 mil. Recebemos essa informação do Ministério da Saúde. Mas ainda não temos a confirmação para as datas de envio".
Mário Sérgio explica que um surto de influenza nesta época do ano é algo inédito:
"A gente desconhece na história de saúde pública um surto de influenza neste período. Não sabemos se a covid-19, que teve mais casos no outono e no inverno, tem alguma relação com isso. A academia vai agora se debruçar sobre essa questão, sobre o que poderia ter provocado esse deslocamento das maiores ocorrências de gripe no período outono/inverno para novembro/dezembro. Isso não é normal, não é comum", diz Mário Sérgio, acrescentando que a procura pela vacina da gripe foi menor neste ano do que nos anos anteriores.
"A procura pela vacina durante a campanha da gripe foi muito baixa este ano. Certamente isso tem relação com o surto neste momento. A cobertura foi abaixo do esperado no Brasil inteiro. Não foi por falta de vacinas, elas estavam disponíveis nas unidades, mas as pessoas estavam mais preocupadas com a covid".
Mário Sérgio cita outra hipótese:
"Há uma corrente científica que aponta para a não concorrência dos vírus. Eles não concorrem. Eles ocupam períodos diferentes. Nesse caso, pode ter ocorrido isso, de acordo com esse pensamento. Na época típica de surtos de gripe, o que estava predominando era o coronavírus. E, de fato, não registramos procura significativa de atendimentos nas unidades de casos de gripe, como estamos vendo agora. O vírus influenza poderia estar circulando, mas de forma pequena, não se percebia".
A cidade do Rio vive um surto de gripe. Nos últimos dias, a procura pela vacina da gripe nos postos de saúde tem sido maior do que pela vacina da covid-19.
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