Publicado 05/12/2021 09:00
Já fazia um tempinho que o meu desejo de voltar ao cinema começou a dar sinais. Queria ter visto '007 — Sem tempo para morrer', do famoso bordão "Meu nome é Bond, James Bond". Perdi a chance, mas a vontade não passou. Enquanto isso, revivi mentalmente a sensação de estar diante do telão que agiganta personagens, emoções e cenas. Afinal, essa sala mágica — com ou sem óculos 3D —, tem o poder de aumentar a nossa euforia diante de uma cena de perseguição cheia de efeitos especiais, mesmo já sabendo que tudo dará certo para o mocinho no fim das clássicas aventuras.
Assim como as lágrimas parecem ganhar outra proporção no cinema. Aconteceu comigo ao assistir ao filme 'Nasce uma Estrela', com Lady Gaga e Bradley Cooper. No momento em que as luzes se acenderam, a emoção estava mais do que evidente no meu rosto. E deixei a sala reparando que outras pessoas compartilhavam do mesmo sentimento.
O cinema guarda mesmo muitas histórias — as contadas nas telas e as vividas por nós, e elas algumas vezes se entrelaçam. E também preserva o ritual da pipoca, as memórias de encontro com um amor, dos braços dados e das mãos congelando de frio. Sem falar nas famosas cenas pós-créditos, tradicionais nos longas da Marvel, já deixando o gostinho do que virá na sequência. "É o Stan Lee!", sempre dizia João Pedro, meu sobrinho mais velho, chamando a atenção para as aparições da lenda dos quadrinhos nos filmes da companhia.
E foi justamente com João Pedro e o seu irmão, Lucas, que voltei a frequentar um cinema após muito tempo, na segunda-feira passada. A escolha foi deles: o novo filme dos 'Caça-Fantasmas', numa típica sessão da tarde no shopping em Duque de Caxias. Comprei os ingressos previamente e reparei que os lugares à esquerda e à direita dos nossos foram logo bloqueados para compra, por conta da pandemia. Mas nem precisava. Entramos na sala já com os trailers sendo exibidos e ficamos extasiados com as poltronas praticamente todas desocupadas. "É um sonho!", disse João Pedro.
Naqueles assentos vazios eu me recordei de um dia de sala lotada, quando vi o remake de 'Rei Leão' em 2019, pouco tempo após a morte da minha mãe, ao lado da Aline, uma querida amiga. Sentamos lá no fundão. E saí do filme com algumas cenas gravadas para sempre dentro de mim. Como a da conversa em que Mufasa diz ao filho, Simba, o que fazer quando se sentir sozinho: basta olhar as estrelas, pois os grandes reis do passado estarão lá para guiá-lo. Entendi, assim, que o escurinho do cinema é mesmo um grande confidente: presencia as nossas emoções e encontros, além de dar aconchego ao coração.
Naqueles assentos vazios eu me recordei de um dia de sala lotada, quando vi o remake de 'Rei Leão' em 2019, pouco tempo após a morte da minha mãe, ao lado da Aline, uma querida amiga. Sentamos lá no fundão. E saí do filme com algumas cenas gravadas para sempre dentro de mim. Como a da conversa em que Mufasa diz ao filho, Simba, o que fazer quando se sentir sozinho: basta olhar as estrelas, pois os grandes reis do passado estarão lá para guiá-lo. Entendi, assim, que o escurinho do cinema é mesmo um grande confidente: presencia as nossas emoções e encontros, além de dar aconchego ao coração.
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