Publicado 06/12/2021 14:52
Rio - A Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) vai continuar ouvindo, esta semana, PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) sobre a operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, que terminou com nove homens mortos, nos dias 20 e 21 de novembro. Segundo a Polícia Civil, mais quatro militares prestarão depoimentos entre terça e quarta-feira.
Oito agentes estão sendo investigados pela especializada e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) por conta das mortes. Eles foram identificados como a fração da equipe que efetuou disparos numa área de mata, na localidade da Palmeira. No dia seguinte à saída dos policiais da comunidade, no dia 22, moradores encontraram oito corpos no mangue.
Os militares começaram a prestar declarações no último dia 29 de novembro. O MP e a DH apuram as circunstâncias das mortes e se houve algum excesso por parte dos PMs.
Segundo a perícia, os homens foram mortos por tiros de fuzil e os ferimentos eram semelhantes aos provocados pelos armamentos utilizados pelos PMs. As armas usadas pela equipe policial durante a ação já foram entregues pela corporação militar na sede da DH, no dia 24 de novembro.
Foram apreendidos quatro fuzis Colt calibre 5.56 e quatro AR-10 calibre 7.62, que passarão por confronto balístico. Até esta segunda-feira, o laudo pericial das armas ainda não foi concluído.
Operação realizada para resgatar colegas e prender os responsáveis pela morte de PM
A operação da unidade especial foi realizada durante o final de semana passado, após o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, lotado no 7º BPM, morrer em confronto com traficantes da região, no início da manhã de sábado (20).
Em relatório produzido para justificar a excepcionalidade da operação, a Polícia Militar alegou que os militares do Bope se dirigiram até o Complexo do Salgueiro para resgatar colegas de farda que não conseguiam sair da comunidade e identificar e prender os responsáveis pela morte do sargento.
O documento é relativo à obrigatoriedade de comunicar a excepcionalidade de operações em favelas durante a pandemia de covid-19 ao Ministério Público, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
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