Publicado 07/12/2021 08:49 | Atualizado 07/12/2021 10:36
Rio - Alberto Meyrelles Santa Anna Júnior, de 39 anos, deixou a prisão por volta das 23h desta segunda-feira, em Benfica, na Zona Norte do Rio, após passar 20 dias encarcerado por um crime que não cometeu. O estivador foi preso no último dia 17 com base no reconhecimento de uma foto 3x4 de uma CNH sua que havia sido roubada no dia do crime do qual é acusado. Ele é supervisor de uma empresa na Zona Portuária no Rio na qual trabalha de carteira assinada há 20 anos. fotogaleria
O empresário Alberto Meyrelles SantAnna, de 60 anos, disse que ficou quase 15 horas esperando o alvará de soltura, mas não conseguiu ver o filho deixando o presídio de Benfica. Apesar da longa espera, ele foi buscá-lo por volta das 23h, após receber a notícia de que Alberto Júnior havia sido liberado.
"Cheguei lá por volta das 7h30 e só fui embora 21h, porque parece que deu problema lá no sistema TJRJ e por isso ainda não tinha saído o alvará. Como não tinha mais nada a ser feito, fomos embora. Jantei, porque não tinha comido nada o dia inteiro, e fui dormir. Acordei com minha nora ligando dizendo que o Júnior havia saído. Fui direto buscar meu filho e ele disse que foi solto às 23h. Ele disse que não sabia como iria voltar para casa, porque não tinha dinheiro e documento. O rapaz da portaria ofereceu o telefone dele para ele ligar e dar notícia para a esposa. Meu filho foi recebido em casa com uma festinha. Apesar de toda tristeza que passamos esses dias, agora estamos felizes e aliviados que ele está na rua", disse o empresário, que sofreu uma taquicardia na semana passada.
Entenda o caso
O estivador trabalhava de carteira assinada há 20 anos no Cais do Porto. Ele foi preso no último dia 17 enquanto seguia de casa para a de sua mãe, há uma distância de cerca de 100 metros. Ao chegar, foi abordado e preso por policiais civis em uma viatura descaracterizada. Em agosto, a reportagem de O DIA mostrou que ele vem tentando provar sua inocência desde que teve a prisão preventiva decretada. O estivador teve a carteira roubada em um assalto que aconteceu no mesmo dia do crime de que é acusado de ter cometido.
Segundo o inquérito policial, o documento de Alberto foi encontrado em um carro Toyota Corolla, mesmo modelo de veículo utilizado pelo grupo que o havia assaltado. A carteira de habilitação foi, então, apresentada pela polícia à mulher vítima do outro roubo, que o identificou como autor do crime apenas pela fotografia da CNH. Inicialmente, ela havia descrito o assaltante como uma pessoa "de cor negra, altura aproximada de 1,70m, cerca de 25 a 30 anos, gordo, sem barba, cabelo crespo". O acusado tem 1,80m e 39 anos.
Na época, ele registrou o assalto e chegou a mencionar o veículo e o extravio da CNH no boletim de ocorrência. No entanto, não houve desdobramentos na investigação do caso. Mas, quase sete meses depois, em 6 de novembro de 2019, foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias do assalto sofrido pela mulher e, por conta do reconhecimento fotográfico, Alberto passou a constar como suspeito.
O caso teve novo desdobramento em outubro de 2020, quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MRPJ) ofereceu denúncia e requereu sua prisão preventiva, pedido que foi acolhido pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Bangu, com base, mais uma vez, apenas no reconhecimento feito através de imagem 3x4. A Justiça já havia negado seis pedidos de soltura no processo.
Segundo o inquérito policial, o documento de Alberto foi encontrado em um carro Toyota Corolla, mesmo modelo de veículo utilizado pelo grupo que o havia assaltado. A carteira de habilitação foi, então, apresentada pela polícia à mulher vítima do outro roubo, que o identificou como autor do crime apenas pela fotografia da CNH. Inicialmente, ela havia descrito o assaltante como uma pessoa "de cor negra, altura aproximada de 1,70m, cerca de 25 a 30 anos, gordo, sem barba, cabelo crespo". O acusado tem 1,80m e 39 anos.
Na época, ele registrou o assalto e chegou a mencionar o veículo e o extravio da CNH no boletim de ocorrência. No entanto, não houve desdobramentos na investigação do caso. Mas, quase sete meses depois, em 6 de novembro de 2019, foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias do assalto sofrido pela mulher e, por conta do reconhecimento fotográfico, Alberto passou a constar como suspeito.
O caso teve novo desdobramento em outubro de 2020, quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MRPJ) ofereceu denúncia e requereu sua prisão preventiva, pedido que foi acolhido pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Bangu, com base, mais uma vez, apenas no reconhecimento feito através de imagem 3x4. A Justiça já havia negado seis pedidos de soltura no processo.
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