Segundo a DHBF, Tia Paula era a administradora dos grupos Reprodução
Publicado 10/12/2021 00:00 | Atualizado 10/12/2021 09:59
Rio - "Coroa fica na infra esses vermes tá na light" (sic). "Caveirao na faixa tropa". Eram essas as conversas que cerca de 50 traficantes do Castelar, em Belford Roxo, tinham em grupos de aplicativos de mensagens para avisar os comparsas sobre a movimentação de policiais durante operações. De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), a comunidade, que tem o tráfico de drogas controlado pela facção Comando Vermelho (CV), tem uma grande rede de olheiros virtuais para monitorar as atividades da região e ajudar na fuga de comparsas.
Na manhã desta quinta-feira, 51 suspeitos de envolvimento com a organização criminosa do Castelar, foram alvos de uma ação deflagrada pela DHBF. O tráfico de drogas da comunidade começou a ser investigado pela especializada após o desaparecimento dos meninos Lucas, Alexandre e Fernando, em dezembro do ano passado.
Os agentes da especializada descobriram a existência dos grupos de WhatsApp "Faixa Preta do RL" e "O Império" após uma operação realizada em janeiro com o objetivo de colher informações que auxiliassem na investigação que apurava o desaparecimento das três crianças.
Após a prisão de um suspeito e da autorização judicial para a quebra de dados telemáticos de seu celular, os policiais analisaram conversas e áudios trocados nesses grupos entre os traficantes, que usavam da tecnologia para monitorar a Favela Castelar e Morro do Rola Bosta.
Segundo a DHBF, os grupos eram administrados por Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula. Ela era apontada como gerente da loló e responsável pela contabilidade do tráfico do Castelar. Outro que figurava como administrador era um homem apelidado de Paizão, que os agentes acreditam se tratar de José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha, acusado de ser o líder do bando. Ambos teriam sido mortos pela própria facção por conta do desaparecimento dos meninos.
De acordo com as investigações, esses olheiros ficavam em locais estratégicos nas comunidades, e através do aplicativo e de rádio transmissor, monitoravam o fluxo de pessoas, objetos, movimentação da polícia e de possíveis inimigos.
Durante a operação do dia 7 de janeiro, por volta das 10h, um suspeito tira foto do veículo blindado e envia no grupo "O Império" informando "tão na laith (sic)". Em seguida, diversos comparsas respondem sobre o monitoramento e um deles chega a pedir que os fogueteiros sejam acionados. "Rapaziada que tiver um fogos aí aciona fogos pra rapaziada cair pra pista (sic)".
Em outra operação, realizada em julho, os traficantes se comunicam no grupo "Faixa Preta do RL". Um suspeito alerta "fé mn tropa caveiro se encontra no pé do escadão do rola (sic)".
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