Publicado 13/12/2021 12:51 | Atualizado 13/12/2021 13:19
Rio - Um professor de paleontologia da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio) está sendo acusado por colegas e alunas de abuso sexual e moral. Os relatos de assédios atribuídos a Leonardo Ávilla vieram à tona em 2017, durante um congresso em Ribeirão Preto, em que a professora da USP Annie Hsiou reuniu mulheres para tratar de machismo na ciência. O caso foi revelado pelo programa 'Fantástico', da TV Globo.
Quando as denúncias foram relatadas no congresso, em 2017, as vítimas não quiseram se identificar. Na época, a Sociedade Brasileira de Paleontologia fez apenas uma carta de repúdio às atitudes. Agora, as mulheres se articularam, com apoio de professoras, e têm uma advogada para representá-las.
São pelo menos 30 alunas que disseram ter sido vítimas do professor. A defesa avalia as provas para encaminhar ao Ministério Público. Entre os documentos, estão as trocas de mensagens e e-mails.
A defesa de Leonardo Ávilla nega as denúncias e diz que o professor sofre com linchamento virtual e que tentou suicídio na última semana. "Ele nega, com veemência, qualquer tipo de acusação", afirmou o advogado Alexsander Silva.
Uma vítima contou à TV Globo que chegou a tentar registrar ocorrência na Delegacia da Mulher, mas foi desaconselhada pelo delegado que a advertiu da possibilidade de que ela fosse processada por calúnia ou difamação.
Muitas das denunciantes abandonaram a carreira acadêmica após os assédios. Uma delas abandonou o doutorado e devolveu o dinheiro recebido do governo, quando já estava estudando no exterior porque o professor retirou seu projeto quando a aluna solicitou a mudança de orientador.
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