Publicado 20/12/2021 00:13
Rio - Pelo oitavo ano consecutivo, sambistas de diversas escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro e do projeto Samba, Amor e Caridade (SAC) realizaram na tarde de ontem, na Praça Tiradentes, a Ação de Natal com moradores em situação de rua no Centro da cidade. A iniciativa é comandada por Evelyn Bastos, rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira. A porta-bandeira da Beija-Flor de Nilópolis, Selminha Sorriso, é uma das maiores incentivadoras do projeto que atende mais de 500 pessoas.
"É uma luta a gente conseguir doação e voluntários. São oito anos aprendendo muito. Começamos com o intuito de ajudar e somos muito ajudados quando ouvimos as pessoas. Sabemos que um pouco de cada um faz muita diferenças nas outras vidas. Não consigo mais observar o que é mais tocante, todo ano é uma emoção diferente. Esse ano, eu percebi muitas crianças. Ano passado, eu vi mais gente. A pandemia criou muitos grupos solidários", disse Evelyn.
Segundo a rainha de bateria da Mangueira, os sambistas participam ativamente do projeto, mas ainda falta auxílio do governo. "É preciso ter um trabalho psicológico para estar aqui. É de formiga. O poder público precisar ter programas para acolher. Muitos possuem grandes potenciais e só querem oportunidade. O sambista atua diretamente no social. O ano inteiro. A nossa cultura é solidária. O carnaval não é somente em fevereiro, somos o suor do ano todo. Acolhemos, doamos cesta básica e sempre estamos com nossas comunidades".
Para a porta-bandeira da Beija-Flor, o sentimento de participar da ação é de gratidão. "Fica o ensinamento que cada ser humano possa olhar o outro com empatia. Não passar para o outro lado da rua, quando um irmão estiver precisando. O governo precisa olhar pelas crianças, dar educação, temos que ajudar. O samba deu um banho de solidaridade durante a pandemia. As escolas entenderam a responsabilidade social que possuem com suas comunidades", comentou Selminha Sorriso.
'Carnaval da história'
Sobre a expectativa para os desfiles de 2022, Evelyn Bastos e Selminha Sorriso acreditam na realização do maior espetáculo da história. "Será o carnaval da emoção e superação. Não sei quem vai vencer, mas garanto que será lindo. Estaremos no nosso espaço sagrado e de resistência cultural", afirmou a porta-bandeira.
Evelyn Bastos disse que desfilará em 2022 com uma fantasia em verde e rosa, cores da Mangueira, e espera o maior desfile de todos os tempos de todas agremiações. "Não vão ser desfiles milionários, mas vamos com o principal: garra e força carnavalesca muito grande. Precisamos mostrar que tudo acontece e o carnaval também vai acontecer", finalizou a rainha mangueirense.
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